26 de dezembro, 2024

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Corinthians anuncia venda dos naming rights da Arena

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Em evento no fim da noite desta segunda-feira, o Corinthians iniciou seu aniversário com o anúncio da venda dos naming rigths da Arena, em Itaquera, para a Hypera Pharma, rede do ramo farmacêutico. O contrato é de 20 anos.

Os valores da negociação foram mantidos sob sigilo, mas a reportagem apurou que giram em torno de R$ 300 milhões pelo direito de dar nome ao estádio do Timão. Um ganho estimado de R$ 15 milhões ao ano.

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Com uma lista extensa de produtos e outras marcas em seu catálogo, a Hypera escolheu como nome do estádio Neo Química Arena. É com esse “batismo” que a casa do Timão amanhecerá no aniversário de 110 anos do clube, nesta terça-feira. O anúncio foi feito pelo presidente Andrés Sanchez e por Breno Oliveira, CEO da Hypera.

A Neo Química foi patrocinadora máster do Corinthians em 2010 e 2011, quando Ronaldo vestia a camisa do clube.

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A Arena foi fundada em 2014, para ser usada na Copa do Mundo. Desde 2010, ainda no projeto do estádio, o clube busca uma empresa para dar nome à construção. Foram anos de espera.

Neste período, o presidente corintiano, Andrés Sanchez, liderou inúmeras tentativas de fechar a venda do nome da Arena, sempre tratando o tema com bastante otimismo, mas, até então sem sucesso. O acerto é visto como uma grande conquista.

Nos últimos dias, o cartola usou sua conta no Twitter para agitar a Fiel torcida com o anúncio iminente, tratando o tema com humor e uma pitada de ironia.

O evento

O Corinthians usou o aniversário de 110 anos do clube para dar o presente à Fiel torcida. Na noite desta segunda-feira, o ator Dan Stulbach e o ex-goleiro Ronaldo Giovanelli apresentaram o evento, que também contou com algumas participações especiais como a da cantora Negra Li.

Imagem aérea da Arena Corinthians nesta segunda-feira — Foto: Divulgação
Imagem aérea da Arena Corinthians nesta segunda-feira (Foto: Divulgação)

Conheça a Hypera Pharma

Com sede no Itaim Bibi, bairro nobre de São Paulo, a Hypera Pharma tem a maior receita líquida do país no segmento farmacêutico, com um faturamento previsto para 2020 ao redor de R$ 4 bilhões. O lucro líquido previsto para o mesmo período é de R$ 1,3 bilhão.

É também a maior indústria farmacêutica do Brasil.

A empresa foi fundada em 2000 pelo empresário João Alves de Queiroz Filho. Com o passar dos anos, ele comprou marcas conhecidas do público, como a malha de aço Assolan e a rede de laboratórios Neo Química. Para financiar as aquisições e os projetos da companhia, João recebeu investimentos de parceiros privados, como Capital International e Maiorem.

Além disso, a Hypermarcas (nome usado até dezembro de 2017) abriu capital na Bolsa de Valores de São Paulo em abril de 2008.

Mas, afinal, o que são naming rights?

Numa livre tradução do inglês, é o direito de dar nome a algo. Neste caso, à arena do Corinthians. Bastante popular nos Estados Unidos, a venda de nome tem se tornado comum também no Brasil nos últimos anos. Além de arenas de futebol, como a do Palmeiras, empresas pagam cifras milionárias para batizar casas de shows, teatros, eventos e festas.https://df2375cddacda7cf6b9959f975b254dc.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

Dará para pagar a Arena?

A venda dará uma ajuda enorme para o Corinthians pagar a dívida pela construção do seu estádio, mas ainda assim não quitará todo o financiamento da obra. Atualmente, a Caixa Econômica Federal cobra R$ 536 milhões do Timão. O clube também tem uma dívida com a Odebrecht, companhia que está em processo de recuperação judicial. Porém, segundo o presidente Andrés Sanchez, já há um acordo para que esse débito seja zerado.

E como foi a saga?

A novela dos naming rights já tem pelo menos dez anos e contou com viagens do presidente Andrés Sanchez aos Emirados Árabes, um intermediário polêmico e festas frustradas.

Logo quando começou a desenhar o plano para viabilizar a Arena, o Corinthians acreditava que poderia pagar a obra quase integralmente com a venda dos naming rights. Em 2010, quando o projeto foi anunciado, o Timão estimava que a obra custaria até R$ 350 milhões. Como se sabe, o valor total foi bem maior, próximo de R$ 985 milhões.

Mesmo longe do clube, ele se manteve à frente das negociações relativas à Arena. Tanto é que viajou em 2013 para os Emirados Árabes Unidos para conversar com potenciais compradores dos naming rights. Especulava-se na época que Andrés negociava com quatro empresas, sendo as companhias aéreas Etihad e Emirates as favoritas.

Em 2014, o cartola voltou a divulgar uma viagem à região, mas não conseguiu fechar a venda.

O presidente alvinegro não foi o único representante do Corinthians a ir para o Oriente Médio em busca de um comprador para os naming rights. Entre 2014 e 2016, o Timão pagou pelo menos R$ 200 mil para o empresário Francesco Arruda intermediar negociações na região.

Arruda declarou ter recebido R$ 700 mil do Corinthians em reembolsos com custos de passagens e hospedagem em Dubai, Abu Dhabi e Doha. Na época em que a reportagem foi publicada, o clube confirmou ter feito pagamentos a ele, mas negou este valor.

Depois, em outro contexto, o Corinthians trabalhou para fazer um evento para celebrar a venda dos “naming rights” na estreia no Brasileirão de 2016, que também não ocorreu.

Na ocasião, o clube negociava com um fundo de investimento que poderia assumir a gestão do programa Fiel Torcedor e outras propriedades ligadas à Arena, como o tour e camarotes. No modelo de negócios, o comprador não mudaria o nome do estádio.

Dez anos depois das primeiras promessas, enfim, o negócio foi sacramentado.

Fonte: G!

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