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Um fóssil descoberto na costa de Taranaki, na Nova Zelândia, revelou a existência de um pinguim gigante que viveu há cerca de 3 milhões de anos. O animal, parente dos atuais pinguins-imperadores e reis, possuía um crânio 31% maior que o do pinguim-imperador e um bico alongado e robusto – características únicas, segundo uma pesquisa conduzida por Alan Tennyson, Felix Georg Marx e Daniel Thomas. Leia o estudo completo publicado no The Conversation.
O paleontólogo Alan Tennyson lembra que a descoberta desafia explicações simplistas sobre extinção. “Quando o clima esfriou, esse pinguim desapareceu, mas o frio não foi o culpado. Outras espécies, como os pinguins-de-penacho e os pequenos pinguins-azuis, sobreviveram à mesma mudança”, explica, de acordo com matéria publicada no site Live Science.
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Na época, a Nova Zelândia tinha águas com até 20 °C, muito mais quentes que aquelas onde vivem os pinguins de hoje. Ainda assim, a espécie prosperava.
“Esse parente dos grandes pinguins mostra que eles eram menos limitados pela temperatura da superfície do mar do que se imaginava. Outro fator deve ter pesado”, diz Tennyson.
Entre as hipóteses, está a ação de predadores gigantes que habitaram a região, como a águia de Haast e o gavião de Forbes, que atacam colônias expostas. Diferentemente dos pinguins menores que ainda vivem na Nova Zelândia — e que se escondem em tocas ou atravessam praias à noite —, os gigantes eram mais vulneráveis à predação.
O estudo também debate sobre o futuro em um planeta que vivencia o aquecimento global. “Há três milhões de anos, esses pinguins suportaram águas muito mais quentes do que aquelas em que seus parentes vivem hoje. Isso nos lembra que a distribuição geográfica das espécies pode mudar conforme as circunstâncias mudam”, afirma Tennyson.
Para os pesquisadores, compreender como essas aves resistiram a períodos quentes ajuda a prever transformações atuais e futuras. “O ecossistema marinho da Nova Zelândia está entrando na zona habitável de muitas novas espécies. Investigar o último período quente é mais importante do que nunca”, completa Tennyson.

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Fonte: Um Só Planeta