04 de julho, 2025

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Fóssil guarda registros de extinção em massa que aconteceu há 252 milhões de anos

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A Extinção em Massa do Permiano-Triássico (também conhecida como “Grande Morte”) ocorreu há cerca de 252 milhões de anos, levando à perda maciça de espécies marinhas e a um declínio significativo de plantas e animais terrestres. Por anos, esse evento foi associado ao aquecimento global desencadeado por atividades vulcânicas na Sibéria, mas os cientistas ainda não conseguiam identificar por que tal sensação de superestufa persistiu por cerca de cinco milênios. Isso é, pelo menos, até agora.

Uma equipe liderada pelas Universidades de Leeds, no Reino Unido, e de Geociências em Wuhan, na China, reuniu novos dados que apoiam a teoria de que o desaparecimento das florestas tropicais e sua lenta recuperação limitaram o sequestro de carbono (e, por tabela, aceleraram o aquecimento do planeta). Esse processo natural é caracterizado pela remoção do dióxido de carbono da atmosfera e sua retenção no interior de plantas, solos ou minerais.

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Durante extensos estudos de campo, os pesquisadores usaram um novo tipo de análise de registros fósseis, bem como pistas sobre condições climáticas passadas encontradas em certas formações rochosas para reconstruir mapas de mudanças na produtividade das plantas durante a Extinção em Massa do Permiano-Triássico. Seus resultados foram publicados na revista Nature Communications nesta quarta-feira (2).

Fóssil de samambaia-semente da floresta tropical, uma das espécies extintas durante a Grande Morte. ( Foto: Zhen Xu)

Pontos de inflexão

“As causas do aquecimento extremo durante esse evento são discutidas há muito tempo, pois o seu nível de aquecimento está muito além de qualquer outro evento”, explica Zhen Xu, principal autor do artigo, em comunicado. “De forma crucial, este é a única ocorrência em que a biosfera da floresta tropical entrou em colapso”.

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Os pesquisadores acreditam que seus resultados reforçam a ideia de que existem limites, ou “pontos de inflexão” no sistema climático-carbono da Terra. Ou seja, eles defendem a ideia de que certos eventos podem ser marcos que, quando atingidos, significam que o aquecimento pode ser amplificado.

A China abriga o registro geológico mais completo da extinção em massa do Permiano-Triássico, e este trabalho aproveita um arquivo incrível de dados fósseis reunidos ao longo de décadas por três gerações de geólogos chineses. Esses estudos anteriores já apontavam para o fato de a mudança no sequestro de carbono sugerida pelos fósseis ser consistente com o grau de aquecimento.

Alerta para a sociedade atual

“Há um alerta aqui sobre a importância das florestas tropicais atuais da Terra. Se o aquecimento rápido fizer com que elas entrem em colapso de maneira semelhante, não devemos esperar que nosso clima esfrie para níveis pré-industriais, mesmo que paremos de emitir CO2”, indica Benjamin Mills, coautor do projeto.

Passado o ponto de inflexão, a tendência é que o aquecimento continue a acelerar, mesmo que cheguemos a zero emissões humanas. Se o ciclo do carbono for alterado, é possível que demore um longo tempo geológicas para ele se recuperar, como já aconteceu no passado da Terra.

“Temos que garantir que nosso trabalho transcenda a academia: é uma responsabilidade para com toda a vida na Terra, hoje e no futuro. A história da Terra ainda está sendo escrita, e todos nós temos um papel na construção do seu próximo capítulo”, observa Jianxin Yu, outro colaborador da iniciativa.

Fonte: Um Só Planeta

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