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A onda de calor que atinge o sul da Europa há vários dias se espalhou e se intensificou neste sábado (18) por toda França e provocou incêndios florestais na Espanha.
Na avaliação de especialistas, ondas de calor como essa podem se tornar a norma devido às mudanças climáticas provocadas pelas emissões e gases de efeito estufa.
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Quase todo território francês foi afetado. Várias regiões da costa atlântica e do sudoeste do país estão em vigilância vermelha, o nível mais alto. A previsão é que as temperaturas possam subir até os 42°C.
Na cidade de Biarritz, um dos mais badalados balneários do sudoeste, registrou-se um recorde de 42,9ºC, informou a agência Météo-France.
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Em Paris, os habitantes buscaram as fontes espalhadas pela cidade, já que não se pode banhar no rio Sena. E em Bordeaux, uma cidade do sudoeste onde os termômetros atingiram os 40ºC, nos museus, mais frescos, o acesso era gratuito.
Na sexta-feira (17), foram batidos recordes de calor para junho na França, em pelo menos 11 municípios, entre eles Carcassonne (sul), onde os termômetros chegaram aos 40,4°C.
Onda de 2003
As autoridades adotaram medidas especiais em lares para idosos, instituições ainda marcadas pela onda de calor mortal de 2003, que deixou mais de 15.000 mortos.
“Esta é a onda de calor mais antecipada já registrada na França” desde 1947, declarou o climatologista Matthieu Sorel, da Météo-France, ressaltando que se trata de um “marcador da mudança climática”.
A partir da meia-noite de hoje, podem cair tempestades na costa atlântica francesa, o que permitirá um “retrocesso progressivo” no calor, que ficará circunscrito à parte leste, informou o Serviço Météo-France.
Incêndios na Espanha
No sul da França, o disparo de um projétil de artilharia em um local de treinamento militar no departamento de Var, onde fica Saint Tropez, provocou um incêndio que queimou 600 hectares, informaram as autoridades. Outros dois incêndios foram registrados no território.
Hoje, os bombeiros continuavam a combater os incêndios na Espanha, neste que se espera que seja o último dia da onda de calor. Um destes focos já devastou 20 mil hectares no noroeste do país.
O incêndio mais intenso obrigou as autoridades a retirarem centenas de moradores de 14 localidades na Sierra de la Culebra, um maciço montanhoso na região de Castilla y León, perto da fronteira com Portugal.
Os incêndios também provocaram o fechamento de uma rodovia e de uma ferrovia do trem de alta velocidade entre Madri e Galícia.
A Espanha sofre com uma excepcional onda de calor há quase uma semana.
A canícula deve chegar ao fim neste domingo (19), com a chegada de uma massa de ar frio procedente do oeste, segundo a agência espanhola de meteorologia Aemet.
A Espanha, que registrou o mês de maio mais quente desde o início do século, sofreu quatro episódios de temperaturas extremas nos últimos dez meses, incluindo a atual onda de calor.
Desastre humano
Na Alemanha, a onda de calor começou na sexta-feira (17) e, neste sábado, as temperaturas alcançaram um recorde de 36,4ºC em Waghäusel-Kirrlach, no sudoeste do país, divulgou o Instituto alemão de Meteorologia.
Pelo menos dois incêndios já foram declarados. Um deles foi em Brandemburgo, região ao redor de Berlim, destruindo 60 hectares; e o outro, já controlado, no vale de Trektal, ao sudoeste da capital, que queimou 6,5 hectares de mata.
Mas segundo o DWD, estão previstas tempestades na noite deste sábado com rajadas de vento de até 95 km/h, queda de granizo e fortes chuvas no norte do país.
Já o Reino Unido teve na sexta-feira seu dia mais quente do ano, com temperaturas acima de 30ºC no início da tarde, conforme meteorologistas.
No norte da Itália, várias cidades anunciaram o racionamento de água. Além disso, a região da Lombardia poderá declarar estado de emergência, já que uma seca recorde ameaça as colheitas.
“É hora de agir, cada ação conta”, declarou o secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas para Combater a Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês), Ibrahim Thiaw, em uma conferência em Madri.
Na sexta-feira, a ONU pediu “ação imediata” contra a seca e a desertificação, para evitar “desastres humanos”.
Fonte: Yahoo!