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A história de Sylvio Bittencourt se confunde com a da zona norte de São Paulo.
Morador da região desde os anos 1970, liderou associações de moradores do Jardim Brasil e Vila Sabrina, onde militou pela criação de hospitais, postos de saúde, ruas de lazer e até estação de metrô.
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Cantor e compositor, foi também diretor da escola de samba Flor de Maio, embrião da atual Unidos de Vila Maria. Chegou até a escrever um livro sobre a região. No Jaçanã, local em que morava desde 1974 e pelo qual era apaixonado, criou um museu que conta histórias do bairro, famoso pela música “Trem das Onze”, de Adoniran Barbosa.
Sylvio nasceu em Botucatu, quinto filho de sete irmãos, e foi para a capital paulista aos 10 anos, após a morte do pai. Trabalhou como engraxate e lanterninha de cinema antes de entrar na prefeitura, onde se aposentou como oficial de comunicações.
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Casou-se duas vezes. Os filhos se lembram dele como um pai presente e bem-humorado. “Quando tinha 12 anos, ele me pegou fumando e disse para trabalhar se quisesse sustentar o vício. Nunca mais fiz isso”, recorda-se Maurício, um de seus filhos.
Desde janeiro estava internado por problemas renais. Até os últimos dias de vida, levava palavras de otimismo e conselhos a quem o visitava no hospital.
Morreu na última sexta-feira (24), aos 86, de insuficiência cardíaca. Deixa a mulher, Mercedes, dois filhos, três netas e muitos moradores da zona norte órfãos.
Uma missa em sua homenagem acontece na próxima segunda (6), às 20h, na Paróquia São Benedito, no Jaçanã.
Com Folha de SP