25 abril, 2024

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Final feliz: Justiça do DF concede adoção de cão com leishmaniose

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Bruce, um buldogue americano de 2 anos, conseguiu sair do “corredor da morte” da zoonoses, em Brasília, e ganhou um lar. Depois de um mês, neste sábado (18), a secretária Ana Cláudia Magni conseguiu retirar o cachorro do canil onde esperava para ser sacrificado.

Para o advogado José da Silva Moura Neto, que entrou na Justiça – primeiro para impedir a eutanásia e, depois, para garantir a guarda dele à Ana Cláudia – “a decisão serve para refletir sobre a morte de animais com leishmaniose em todo o país”.

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“Há um preconceito contra a doença, mas ela pode e deve ser tratada.”

Ana Cláudia conheceu Bruce por meio de um grupo de protetores de animais do DF. A secretária, que já adotou outros cinco cachorros de rua, conta que não conseguiria permitir que ele fosse sacrificado.

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Um dos cachorros dela, Yoda, tem leishmaniose. O buldogue francês foi abandonado na rua, mas com medicação e acompanhamento veterinário leva uma vida normal. Yoda também tem cerca de 2 anos, como Bruce.

Os tratamentos contra a doença são liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas a zoonoses – e muitos veterinários e donos de cães – se baseiam em uma antiga decisão do Ministério da Saúde que prescreve a eutanásia para os cachorros com sorologia positiva.

Bruce tem 2 anos e foi abandonado pelo dono para ser sacrificado (Fotos: Arquivo pessoal)

‘Olhar pidão’

Ana contou que desde a primeira vez em que viu Bruce, no canil da zoonoses, nunca mais esqueceu “seu olhar pidão”.

“Parecia que ele estava pedindo ajuda. Os olhos diziam ‘me tira daqui’. Não parava de pensar naquele olhar.”

Ana Cláudia começou a buscar formas de impedir que ele fosse sacrificado. A primeira vitória veio com a decisão do juiz da Vara de Meio Ambiente Frederico Maroja de Medeiros. Ele proibiu, por meio de liminar, que Bruce fosse submetido à eutanásia.

Mas ainda faltava o direito de adotar o cachorro. Nesta sexta (17), saiu a decisão definitiva e, na manhã seguinte, Ana estava no canil para buscar Bruce. Ele só não foi para casa porque está muito fraco e precisou ser levado para uma clínica.

Bruce deve permanecer na clínica alguns dias, segundo Ana, até estar forte para “viver pelo menos uns 10 anos”. Enquanto isso, vai recebendo o carinho da família.

Bruce conquistou carinho do marido da secretária Ana Claúdia que visitou o cachorro na clínica neste domingo (19) (Foto: Arquivo pessoal)

Tratamento por meio de doações

O tratamento para a leishmaniose custa caro, cerca de R$ 800 reais nos primeiros 30 dias, para um cachorro pequeno, se a medicação for comprada nas clínicas veterinárias. Na internet, os remédios podem ser encontrados por preços menores, mas é preciso esperar pela entrega.

Ana descobriu isso em julho, quando levou Yoda para casa. “Não sou rica”, diz ela, que trabalha como secretária de um pediatra em Brasília.

Com a ajuda de doações, ela conseguiu cuidar do primeiro cachorro e, agora, já recebeu ajuda para garantir qualidade de vida para Bruce.

“Muita gente se comoveu com a história. Um veterinário de São Paulo já mandou o tratamento para o Bruce.”

Ana Cláudia e o marido são voluntários em grupos de defensa dos animais. Isso ajuda bastante na hora de conseguir apoio, afirma a secretária. “Quem faz um trabalho sério tem credibilidade”.

Ela explica que, além da medicação, é preciso manter o ambiente limpo. Não permitir acúmulo de sujeira, folhas ou frutos caídos das árvores no quintal são fatores que impedem a aproximação do mosquito-palha, transmissor da doença.

Não são os cachorros os responsáveis pela leishmaniose. Como na dengue, é um mosquito que pica o animal infectado e depois transmite a doença para o ser humano.

Ana Cláudia Magni com um dos cachorros adotados (Foto: TV Globo/Reprodução)

Doença e sintomas

Leishmaniose visceral ou calazar é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui. Os sintomas no cachorro são queda de pelos, unhas grandes, feridas no focinho e nas orelhas, emagrecimento, fraqueza e lacrimejamento.

Nos humanos, febre prolongada, fraqueza, emagrecimento, barriga inchada devido ao aumento do baço e do fígado, falta de apetite, palidez e diarreia fazem parte dos sintomas.

Segundo a Secretaria de Saúde, no Distrito Federal foram registrados 219 casos de leishmaniose em animais e seis em humanos em 2018. Dentre esses casos, 72 cachorros foram sacrificados.

Leishmaniose humana, transmissão (Foto: Reprodução/RBS TV)

Fonte: G1

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