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Cansado de ver filmes, séries e novelas que “glorificam” a figura de Pablo Escobar, Juan Pablo, filho do fundador do cartel de Medellín, produziu dois documentários e escreveu dois livros sobre seu pai, além de percorrer o mundo fazendo conferências sobre o narcotraficante. “Lucrei com o nome do meu pai, mas tenho mais direito a isso do que a Netflix”, afirmou ele.
“Sendo o filho de Pablo Escobar, tenho um pouquinho de direito de fazer dinheiro com ele, o mesmo que a Netflix – que dedicou a Escobar a série ‘Narcos’-, mas eu o faço de forma mais responsável. Poderia ganhar dinheiro mais rápido louvando meu pai, glorificando-o como a Netflix faz, mas quis mostrar a realidade sem maquiagem”, explicou Juan Pablo a um grupo de jornalistas em Madri nesta quarta-feira (29).
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A entrevista se deu durante a apresentação do documentário “Escobar al descubierto”, que será exibido pelo canal de TV europeu DMAX (Discovery MAX) a partir de 5 de março. Segundo o produtor e conferencista, “grande parte” do que ganha é dedicado a vítimas da violência de seu pai e a jovens de Medellín em risco de cair no narcotráfico, embora faça isso “em silêncio”.
Arquiteto de profissão, Juan Pablo afirma que Escobar sempre o incentivou a estudar e não a herdar seu império da droga, e diz que o “amor” que sentiu por ele como filho não o cegou ao ponto de impedi-lo de ver “a grande violência que exerceu”.
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Riquíssimo e pobre
Além disso, lamenta que as produções que sobre o fundador do cartel de Medellín não mostrem situações como quando ele, estando foragido, “morria de fome”, embora estivesse com “milhões de dólares em dinheiro”.
“Era um bandido que tinha que se esconder,. Por isso, quanto mais rico ficava, mais pobremente tinha que viver. Se escondia em casas nas quais morria de frio ou de calor, sem geladeira, sem piso, com goteira… Essas mensagens foram perdidas nas séries e são as mais instrutivas”, disse Juan Pablo. Ele se disse favorável à regularizar a venda de drogas, para que cheguem ao consumidor “menos venenosas e menos destrutivas” e aposta na educação “como única arma efetiva”.
Fonte: Agência Brasil