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O Corinthians e o atacante Jô foram condenados na Corte Arbitral do Esporte (CAS) a pagar uma indenização de 2,6 milhões de dólares (cerca de R$ 13,3 milhões na cotação atual) ao Nagoya Grampus, do Japão.
O caso já havia sido julgado pela Fifa, mas Corinthians e Jô recorreram ao CAS, a mais alta corte esportiva. As sentenças do órgão na maioria das vezes são definitivas, mas ainda é possível recorrer ao Supremo Tribunal Federal da Suíça se as partes entenderem que houve alguma ofensa clara à lei do país ou aos princípios do direito. A tendência é de que o Timão e o atleta acatem o veredito.
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No julgamento pela Fifa, a indenização a ser paga ao Nagoya era de aproximadamente 3,4 milhões de dólares, quase R$ 18 milhões. Porém, houve redução desse montante no CAS, que acatou algumas demandas do Corinthians e de Jô. A informação foi divulgada inicialmente pela “TNT Sports”.
Segundo a decisão da entidade máxima do futebol, o Corinthians”é solidariamente responsável pelo pagamento da referida indenização”, sem especificar os percentuais que competem a cada uma das partes. Procurado por meio de assessoria de imprensa, o Timão informou que “analisa os próximos passos para chegar a uma resolução”.
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Em entrevista ao ge na última segunda-feira, o presidente do clube, Duilio Monteiro Alves, comentou o caso:
– Era uma ação contra o atleta, não contra o Corinthians. O clube era solidário na ação porque contratou o atleta. Ele foi mandado embora por justa causa por um clube, e aí depois o outro que contrata é acionado? No meu ponto de vista, o Corinthians não tem, absolutamente, nada a ver com isso.
– Vamos ver se vai existir condenação, qual vai ser o valor, então depende muito dela para falar quem vai assumir o quê. Mas acredito que não vai acontecer, porque não tem o menor cabimento. Nem o Jô, que foi mandado embora por justa causa, e nem o Corinthians – completou.
Tal caso vem se arrastando há mais de um ano. A primeira condenação ocorreu em novembro de 2020, e o recurso ao CAS foi apresentado em 2021.
Por que Jô e Corinthians foram condenados?
O atacante voltou para o Timão em junho de 2020, após duas temporadas no Japão.
Porém, Jô tinha vínculo com o Nagoya Grampus até o fim de 2021 e, meses antes de se transferir ao Corinthians, se desentendeu com os japoneses. O clube alega ter havido abandono de emprego do atacante e, por isso, não só suspendeu os pagamentos a ele a partir de abril, como também entrou com uma ação na Fifa pedindo uma indenização referente ao valor restante do contrato até dezembro.
O desentendimento de Jô com o Nagoya Grampus começou em fevereiro de 2020, quando o jogador machucou o joelho esquerdo.
– O treinador do Nagoya entendeu que o Jô tinha que ficar no Japão, mesmo com o clube fora para pré-temporada. Só que os fisioterapeutas e médicos viajaram com o time, estavam fora do país. O Jô entendeu que não iria se recuperar bem, precisava de uma fisioterapia que fizesse efeito e veio ao Brasil se tratar no Flamengo. Ele custeou a viagem para ter um tratamento melhor – explicou Breno Tannuri, em entrevista ainda em 2020.
Semanas depois, Jô voltou ao Japão com Cláudia, esposa dele, mas não foi relacionado para as duas primeiras partidas da temporada. Na sequência, o campeonato local foi suspenso por conta da pandemia do novo coronavírus.
O Nagoya Grampus havia liberado os atletas para ficarem em casa, mas não para deixarem o Japão. Assim, semanas depois, Jô foi avisado pelo clube de que seu salário estava suspenso.
Segundo o advogado de Jô, o atacante respondeu essa notificação e explicou o motivo da volta ao Brasil. As alegações, porém, não foram suficientes para convencer os asiáticos.
– Ele tinha que receber entre o final de abril e o começo de maio um bônus de 1 milhão de dólares, previsto em contrato. O que acontece é que, quando ele fala para o tradutor, numa quinta à noite, que voltaria ao Japão na segunda-feira, os diretores mandam uma notificação para o Jô no dia 2 de maio falando que o contrato estava rescindido. Se ele volta para o Japão, o Nagoya teria que pagar os salários e essas luvas de 1 milhão de dólares – revela Tannuri.
– Ele deixou os filhos no Brasil com os avós. Só que começou um “zum-zum-zum” de que os estrangeiros não poderiam sair do Japão. Quando falaram que seria fechada a fronteira, o Jô disse: “Eu preciso voltar”. Isso foi em abril. Então, eles voltaram ao Rio de Janeiro – conta o advogado.
O advogado de Jô concorda que o atacante poderia ser punido pela volta ao Brasil, mas alega que não havia justificativa para o rompimento de contrato. Breno Tannuri afirma que o atleta não perdeu treinamentos e nem havia motivo para tanta pressa, visto que o campeonato local só seria retomado no mês seguinte.
Após deixar o Nagoya, Jô assinou contrato de três anos e meio com o Corinthians. Por isso, a Fifa entende que o clube tem de ser solidário e bancar a indenização.
Fonte: G1