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Maria Silvia Bastos Marques, presidente do BNDES (Foto: Reprodução)
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) entregou na tarde de hoje (18) à presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, um documento com uma lista de reivindicações dos empresários paulistas.
O documento começa apresentando um contexto econômico das empresas paulistas, ressaltando que “boa parte delas está sobre-endividada”. Citando dados sobre o crescimento do número de pedidos de falência e de recuperação judicial este ano e do crescimento do endividamento, o documento conclui que “é compreensível que seja rediscutida a atuação do BNDES, mas é necessário considerar a situação de curto prazo, com cenário de crise econômica, crédito caro e raro e crítica situação financeira das empresas”.
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“Dessa forma, é emergencial o provimento de crédito pelo BNDES ao capital de giro e outras formas de apoio financeiro visando evitar colapso das empresas, o que teria consequências econômicas gravíssimas”, diz o documento.
Devolução ao Tesouro
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Entre as reivindicações dos empresários da Fiesp está o pedido de “não devolução antecipada ao Tesouro”, ou seja, o banco deveria ser desobrigado de fazer devoluções antecipadas de recursos ao Tesouro Nacional e esses recursos deveriam ser aplicados, por exemplo, no refinanciamento de dívidas vencidas com o BNDES e no financiamento às micro, pequenas e médias empresas.
Falando aos empresários, a presidente do BNDES respondeu à Fiesp: “Essa conta não foi feita para causar nenhum problema ao BNDES. Pelo contrário, olhando no ponto de vista de país, a devolução desses recursos é essencial para a gente fazer um abatimento da dívida bruta do país e que a gente possa retomar a confiança”, disse. “Essa devolução não é para que o banco tenha menos possibilidade de emprestar. Fizemos as contas para que o banco preserve sua capacidade de emprestar e ainda assim ele possa contribuir para redução global da dívida bruta do país”.
Outras reivindicações da Fiesp são a participação do BNDES no lançamento de debêntures de empresas com excessiva alavancagem, o financiamento do capital de giro das empresas pelo banco e o financiamento do banco para a reestruturação das empresas, além do refinanciamento de dívidas vencidas das empresas com o BNDES, entre outros.
Saneamento básico
A presidente do BNDES também falou sobre o programa de financiamento do banco para a área de saneamento, que será lançado “em breve”. Segundo ela, a agenda de saneamento já foi definida e “tem todos os bons requisitos”.
“Ela [a agenda de saneamento] tem viabilidade econômica, ela tem um enorme impacto social, tem impacto na atividade econômica, em geração de empregos, na movimentação da cadeia de economia. Posso dizer a vocês que a adesão dos governadores a esse programa está sendo muito grande. Em breve iremos divulgar o número de estados que vão entrar nesse programa conosco”, disse Maria Silva.
O BNDES, segundo ela, terá um grande papel nas concessões do governo federal nos projetos de infraestrutura, como no de saneamento.“Vamos ser os agentes desse processo. Vamos fazer as licitações e vamos contratar as consultorias, dentro de um perfil predefinido. Em breve estaremos divulgando os termos de referência para fazer uma pré-qualificação de consultores”, disse a presidente do banco.
Ao final da reunião entre a presidente do BNDES e os empresários, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, reclamou da alta taxa de juros do país e do câmbio. O presidente da Fiesp disse que a federação “apoia fortemente” a PEC 241, que limita o teto dos gastos públicos e que também “irá perseguir” a reforma da Previdência.
Fonte: Agência Brasil