19 de maio, 2024

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Familiares de vítimas classificam postura do Flamengo como “tortura” e encerram mediação

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A tentativa de mediação entre Flamengo e parentes das vítimas do incêndio no Ninho do Urubu terminou em revolta no lado das famílias nesta quinta-feira. Após o encontro no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que durou cerca de 2h30m, familiares de jovens que morreram na tragédia do último dia 8 reclamaram da ausência de membros da diretoria rubro-negra e chegaram a classificar como “brincadeira” e “tortura” a postura do clube.

Na mediação desta quinta, o Flamengo aumentou um pouco a proposta feita inicialmente ao Ministério Público, que variava de R$ 300 mil a R$ 400 mil de indenização. Manteve, porém, a ideia de pagar um salário mínimo mensal por dez anos como pensão para as famílias.

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O MP, que havia proposto R$ 2 milhões de indenização e pagamento de salários de R$ 10 mil mensais até o ponto em que os atletas completariam 45 anos, recusou o acordo do Flamengo, que partiu então para a mediação. A manutenção dos valores por parte do clube, no entanto, causou incômodo nas famílias.

– Estou perplexo com a atitude do Flamengo. É uma falta de respeito com os pais. Estão brincando com a vida dos nossos filhos. É tortura o que o Flamengo está fazendo conosco – afirmou Cristiano Esmério, pai do goleiro Christian Esmério, que tinha 15 anos.

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– Viemos aqui como bobos, palhaços, desamparados por todos. Não nos sentimos acolhidos, principalmente pelo Flamengo – completou Cristiano, bastante abalado.

Mais cedo, o desembargador Cesar Cury, que conduzia a mediação, chegou a mostrar otimismo de que um acordo pudesse ser costurado entre as famílias e o Flamengo em dois meses. Após a proposta do Flamengo, no entanto, os familiares das vítimas se reuniram e fizeram uma contraproposta, cujos valores não foram divulgados. Os advogados rubro-negros comunicaram que não havia acordo. Diante disso, as famílias resolveram encerrar a mediação.

– As famílias estavam dispostas a ouvir. Aí o Flamengo fez uma proposta e não era condizente com o que as famílias esperavam. Depois, elas se reuniram sem o Flamengo e fizeram uma proposta de consenso. O clube não concordou. Pedimos que os advogados levassem a questão ao presidente, e não foi possível acordo. As famílias, então, decidiram encerrar o processo de negociação – disse Cinthia Guedes, representante da Defensoria Pública.

Danrlei Pisetta, pai do goleiro Bernardo Pisetta, que tinha 14 anos, também mostrou irritação com a saída do vice-presidente jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, no meio da audiência.

– Não tem ninguém do Flamengo que decida. O vice-presidente ficou aí 10, 15 minutos e disse que tinha que sair. Onde estava o presidente (Rodolfo Landim)? Será que tinha um compromisso maior que esse? – indignou-se Danrlei.

Outros familiares disseram não ter recebido nenhum telefonema do clube desde a tragédia. Parentes de 13 atletas – as dez vítimas fatais e mais os três que ficaram feridos – poderiam comparecer à reunião. O pai de Francisco Dyogo, no entanto, disse que não foi avisado da audiência.

Marília Barros, mãe do zagueiro Arthur Vinícius, que tinha 14 anos, criticou dirigentes do Flamengo por não darem satisfação pela ausência – ou saída abrupta, no caso de Dunshee – da reunião desta quinta.

– Tudo que foi proposto a gente está vendo que foi por água abaixo. Nenhum dinheiro vai trazer nossos filhos de volta, mas eles têm que ter um pouco de respeito, de dignidade – disse Marília.

 

Fonte: Extra

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