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Delicadeza e criatividade: duas palavras que resumem o trabalho feito por uma família de artesãos em Itararé, no interior de São Paulo.
Em um rancho no fim do bairro Cerrado, na zona rural da cidade, seu Aristides Antônio Almeida transforma pedaços de madeira, palha de milho, cascas de alho, bambu e outros produtos naturais em peças com tema religioso.
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O morador de Itararé trabalha com artesanato há 25 anos, quando ficou desempregado e descobriu o talento. Ele contou que a venda das imagens sacras se intensifica no fim do ano, perto das festas de Natal, e atualmente, é fonte de renda para toda a família.
“Eu cheguei depois de um longo dia e falei com Deus, nunca esqueço disso. Falei que eu precisava de uma profissão. Eu estava dentro da minha casa e vi o quadro da Santa Ceia, aí falei para a minha mulher: ‘eu vou fazer essa peça'”, lembra Aristides.
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O artesão conta que não vendeu muitas peças no início do projeto, mas que o incentivo e o trabalho da esposa, Maria José Rodrigues Almeida, ajudaram o negócio crescer.
“Eu ia com as crianças na praça e vendia lá, mas a gente não vendia nada. Aí eu chegava e mentia pra ele [Aristides]. Falava pra ele fazer as peças porque tinha encomenda, mas não tinha encomenda nenhuma. É que eu não queria que ele largasse”, explica Maria José.
O trabalho, que passa pelas mãos do filho Fabiano, depois do seu Aristides e, por último, da dona Zezé, já ganhou vários prêmios pelo país.
Entre as peças confeccionadas, estão a Nossa Senhora Aparecida, São Bento, São Francisco de Assis, os três reis magos e muitos presépios, de vários tamanhos.
“Uma vez eu vi um mini ‘limãozinho’, aí tirei a casquinha, cuidei dele bem cuidadinho, limpei tudo e montei o presépio, e o artesanato foi para Inglaterra”, conta Maria José.
Todo o artesanato é feito no rancho em Itararé, cujo quintal foi transformado em um verdadeiro ateliê. A propriedade também foi construída por Aristides, com uma decoração rústica, utilizando objetos que ele foi guardando ao longo dos anos.
Segundo a família, o dinheiro para construir o espaço também foi adquirido com a venda das peças religiosas.
“Tenho meus três filhos, minha mulher e minha casa que estou construindo. Até hoje, tem gente que não acredita no nosso serviço, diz que não vale a pena, que não é valorizado, mas tudo que temos hoje é disso”, declara o filho de Aristides, Fabiano Rodrigues Almeida.
“O Natal, pra mim, não começa e não termina. É o ano inteiro, só muda a data. Jesus está comigo nascendo todo dia, ele brota dentro de mim”, afirma Aristides.
“Saber que tem um presépio nosso na casa de alguém, que tá fazendo o bem, é maravilhoso. É só agradecer a Deus, não tem mais o que pedir”, completa dona Zezé.
Fonte: G1