Anúncios
O Rio Tietê está coberto por uma grossa camada de espuma no trecho que passa por Itu (SP), a aproximadamente 100 quilômetros da capital. A cena foi vista nesta quinta e sexta-feira (21), ao lado da Estrada dos Romeiros.
A espuma densa e tóxica que se forma sobre a água, resultado da poluição no rio, escancara um problema ambiental que se arrasta há décadas.
Anúncios
Testes já comprovaram que a espuma é altamente tóxica, composta por metais pesados como manganês e cobre, que saem de produtos químicos que são jogados no rio todos os dias por mais de 20 milhões de moradores.
Segundo a ONG SOS Mata Atlântica, são despejadas no Tietê quase 700 toneladas de esgoto sem tratamento todos os dias.
Anúncios
Recentemente, um relatório de qualidade da água do rio divulgado pela ONG revelou que a mancha de poluição reduziu oito quilômetros em 2017. A capital e a região metropolitana de São Paulo são onde o rio mais sofre com a poluição, segundo o relatório.
De acordo com o ambientalista João de Conti Neto, a explicação para essa espuma no Tietê tem a ver com o período mais seco do ano.
“A gente tem mais poluentes com menos água. Então, forma-se mais espuma. A gente encontra sempre mais espuma no período da manhã, quando as temperaturas estão mais baixas. O sol e a alta temperatura ajudam a dissipar a espuma mais rápido”, explica Conti Neto.
A cena vista em Itu já é comum em Salto (SP), cidade vizinha, onde o lixo trazido da capital pelo rio se acumula no memorial do Rio Tietê, ponto turístico na cidade onde há quedas d’água e uma antiga usina. Segundo a Prefeitura de Salto, em cinco anos foram retiradas 200 toneladas de material do rio.
“Enquanto a gente ainda não tiver a universalização do sistema do saneamento básico, a gente ainda vai encontrar esses problemas”, comenta Conti Neto.
A motorista Fátima de Carvalho diz que a situação preocupa. “A gente fica imaginando o futuro dos nosso netos daqui a algum tempo, se continuar desse jeito, se ninguém fizer nada”, finaliza.
Cadê o rio?
Além de aumentar a espuma no rio, a falta de chuva mudou o cenário em Salto. O trecho do memorial do Rio Tietê estava com apenas um “fio” de água, local que é conhecido pela beleza das quedas d’água em área rochosa do rio.
Segundo a Defesa Civil, a vazão média está em 200 metros cúbicos esta sexta-feira. A média é de 300 m³ e quando transborda chega ultrapassar 600 m³.
Ainda conforme o órgão, a vazão mais baixa já registrada nos últimos anos foi de 150 m³ (em novembro do ano passado).
Fonte: G1