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A juíza da 5º Vara Criminal de São José do Rio Preto (SP), Gláucia Véspoli dos Santos Ramos de Oliveira, decretou a prisão preventiva do advogado Marcelo Henrique Morato Castilho, suspeito de fingir ocupar cargos de alto escalão para aplicar golpes do “casamento” em mulheres.
Na decisão da magistrada consta que Marcelo Castilho, com a ajuda da própria mãe, teria se aproximado de uma das vítimas dizendo ser embaixador da Organização das Nações Unidas (ONU) e ex-juiz do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).
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O advogado e a mulher iniciaram um relacionamento e, em pouco tempo, decidiram se casar. Marcelo, então, começou a fazer diversas exigências sobre a cerimônia, convencendo a vítima a arcar com as despesas.
“Dois dias antes do casamento, o réu teria desaparecido, fazendo com que chegasse até a vítima fotos dele amarrado e ajoelhado, simulando que fora sequestrado. A corré [mãe] teria corroborado a farsa, dizendo à vítima que os sequestrados exigiam o pagamento do resgate em espécie”, escreveu a juíza em um trecho da decisão.
Depois do fato ter sido amplamente divulgado pela mídia, outras mulheres se apresentaram à autoridade policial relatando ter sofrido golpe semelhante, segundo informações que constam no processo.
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“Foi encaminhada denúncia anônima ao Ministério Público afirmando que Marcelo continua enganando pessoas pelo país a fora, em especial jovens mulheres advogadas, agora se apresentando como presidente do Observatório Brasileiro de Direitos Humanos de Brasília”, escreveu a magistrada em outro trecho da decisão.
Para a juíza Gláucia Véspoli dos Santos Ramos de Oliveira, os elementos colhidos indicam profissionalismo de Marcelo na prática de crimes de estelionato contra diversas vítimas mulheres, passando-se por pessoa da alta sociedade e convencendo-as a arcar com despesas de viagem, casamento, dentre outras.
“Ao que consta, o réu se valia do desejo cultural de contrair núpcias imposto às mulheres como facilitador da trama. Tais elementos indicam a periculosidade do agente, de personalidade voltada à prática criminosa contra o gênero feminino, reincidindo seguidamente nas condutas de engodo. Ademais, verifica-se que tais condutas teriam se iniciado em 2010, persistindo até os dias atuais, já contando com diversas vítimas, igualmente abaladas”, argumentou a juíza na decisão.
Por conta de todos os elementos, a magistrada decidiu decretar a prisão preventiva de Marcelo Castilho. No entanto, deixou de decretar a prisão da mãe do advogado, porque, embora existam indícios de participação nos crimes, o filho seria o protagonista dos golpes.
Até a publicação da reportagem, Marcelo não havia sido preso. O G1 entrou em contato com o advogado dele, mas não obteve retorno.
Fonte: G1 – Foto: Divulgação/Polícia Civil