18 de novembro, 2024

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Expulsos de Estados Unidos e México, centenas de migrantes chegam diariamente à Guatemala

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Haydi e seu filho de dois anos conseguiram entrar nos Estados Unidos pelo Texas, a pé, junto com outros migrantes da América Central. Ela pensou que conseguiria abrigo, mas foi mandada de volta de avião para o México e depois de ônibus para a Guatemala, por meio de uma travessia de fronteira não controlada.

“Foi uma farsa porque eles nos deram ilusões de que iríamos passar. E, de repente, quando olhamos, nos colocaram nos aviões e …Deportados. Sem uma assinatura nem nada”, explica Haydi Consuelo, uma guatemalteca de 23 anos, enquanto descansava no pátio da Casa del Migrante em El Ceibo, uma cidade fronteiriça a cerca de 550 km da Cidade da Guatemala.

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Há vários dias, essa passagem de fronteira com pouca presença do Estado guatemalteco tem sido usada pelo México para devolver migrantes que antes chegavam deportados dos Estados Unidos para seu território.

Centenas de migrantes chegam diariamente à Guatemala (Foto: Reprodução)

“Estratégia perversa”

Embora não haja estimativas oficiais, as organizações humanitárias que prestam socorro no local estimam a chegada diária em até 600 pessoas.

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As instalações da Casa do Migrante, dirigida por missionários, não são suficientes. Eles só podem descansar uma noite. Então, devem partir para dar lugar aos que ficaram para trás.

“Eles estão voltando, hondurenhos, nicaraguenses, salvadorenhos. E há toda uma estratégia perversa de esconder grupos populacionais, porque percebemos que os guatemaltecos entram primeiro e hondurenhos e nicaraguenses entram nos últimos ônibus”, afirma o diretor executivo da ONG Refugio de a Niñez, Leonel Dubón.

“Parece que está havendo má-fé por parte do governo mexicano”, acrescentou.

Sem controle

No final da tarde, ônibus com migrantes cruzam uma rodovia deserta que liga o México à Guatemala, no lado norte. El Ceibo é o ponto de fronteira mais distante da capital.

Não há infraestrutura para controles de migração ou adoção de medidas para evitar a covid-19. Surpreso, o governo de Alejandro Giammattei garante que nunca foi informado desta operação.

“A chancelaria da Guatemala solicitou informações oficiais do México e dos Estados Unidos sobre esses movimentos migratórios irregulares”, afirmou em nota.

O governo lembrou que as etapas autorizadas para as deportações são o salão dos deportados do aeroporto da capital, por via aérea, ou a fronteira de Tecún Umán, por via terrestre, localizada a cerca de 300 km a sudoeste da capital, onde há infraestrutura para receber pessoas.

A crise migratória aumentou como resultado do desemprego causado pela pandemia, desastres naturais e violência do crime organizado.

Após as duras políticas anti-imigração de Donald Trump, os centro-americanos depositaram suas esperanças em Joe Biden, cujo governo já deixou claro aos migrantes irregulares que não deveriam “vir”.

Centenas de migrantes chegam diariamente à Guatemala (Foto: Reprodução)

Nova tentativa

A professora hondurenha Gloria Amador Gutiérrez, de 32 anos, tinha o desejo de migrar para os Estados Unidos com sua filha.

Ela partiu com um grupo de mais de 20 pessoas no dia 30 de julho, por via terrestre, e no dia 19 de agosto chegou deportada para a Guatemala.

“Não há emprego e decidimos lutar pelos nossos filhos e dar a eles uma educação melhor indo para o exterior. Temos parentes nos Estados Unidos que ainda estão à nossa espera”, explica.

“Pretendemos descansar um pouco em Honduras e, se Deus permitir, tentaremos de novo”, confessa.

Fonte: Yahoo!

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