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O Exército de Israel afirmou nesta sexta-feira (15) que suas tropas mataram por engano três reféns israelenses que estavam em poder do Hamas. Eles haviam conseguido fugir do grupo terrorista e tentavam chegar a Israel, ainda segundo as Forças Armadas israelenses.
“Durante os combates em Shejaiya, uma força das Forças de Defesa de Israel identificou erroneamente três reféns israelenses como uma ameaça. Como resultado, a força disparou contra eles e eles foram mortos”, declarou, em comunicado, um porta-voz do Exército.
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Os reféns foram mortos durante uma operação de tropas israelenses em Shejaiya, bairro da Cidade de Gaza, no norte do território palestino. Segundo o porta-voz do Exército israelense Daniel Hagari, eles conseguiram escapar do cativeiro e caminhavam em direção a território israelense.
Os três, ainda segundo o governo israelense são, cidadãos israelenses e haviam sido sequestrados em 7 de outubro pelo grupo terrorista:
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- O israelense Yotam Haim, sequestrado no kibutz de Kfar Gaza;
- Samer Talalka, sequestrado no kibutz de Nir Am mas que era residente da cidade beduína de Rahat;
- Alon Shamriz, que também vivia em Kfar Gaza e era filho de iranianos, segundo o jornal “The Israel Times”.
Os corpos foram levados pelos soldados a território israelense, onde foram identificados.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu desculpas às famílias e disse que aprendeu “lições necessárias”. Mas afirmou que incursões seguirão.
“Mesmo nesta noite difícil, curaremos as nossas feridas, aprenderemos as lições necessárias e continuaremos com o nosso esforço supremo para devolver todos os nossos reféns para casa em segurança”, disse Netanyahu.
Em nota, a Casa Branca tratou o caso como um “erro trágico” cometido pelo exército israelense.
“Não temos uma visibilidade perfeita de como exatamente essa operação ocorreu e como esse erro trágico foi cometido”, afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby.
‘Aprendemos lições’
Em nota, as Forças de Defesa de Israel chamaram o caso de “incidente” e disseram que aprenderam ‘lições’ com o episódio, mas afirmaram que seguirão em busca dos reféns ainda em poder do Hamas.
“Enfatizamos que esta é uma zona de combate ativa na qual ocorreram combates contínuos nos últimos dias. Foram aprendidas lições imediatas do evento, que foram transmitidas a todas as tropas em terreno. Expressamos profundo pesar pelo trágico incidente, e enviamos às famílias as mais sinceras condolências. Nossa missão nacional é localizar os desaparecidos e devolver todos os reféns para casa”, disse o Exército, em comunicado.
O Exército de Israel não havia informado, até a última atualização desta reportagem, onde exatamente estavam os reféns no momento em que foram alvejados pelos soldados – há relatos de que a maior parte dos reféns está em túneis utilizados pelo grupo terrorista.
Segundo o governo de Israel, 138 reféns ainda estavam sob poder do Hamas – contando com os três israelenses mortos por engano. Todos foram sequestrados há dois meses, desde que o grupo terrorista invadiu o sul de Israel, matando outras 1.402 pessoas.
O episódio foi o pontapé inicial para a guerra que Israel atualmente trava com o Hamas na Faixa de Gaza.
Mais de cem reféns foram libertados durante o período vigente do acordo entre Israel e Hamas no fim de novembro, no qual o governo israelense fez uma trégua nos bombardeios e, em troca, os terroristas soltaram prisioneiros.
Após a pausa, o Exército israelense retomou os bombardeios e a operação por terra em Gaza.
Fonte: G1