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A morte de gados e até cães na zona rural de Cabrália Paulista e Paulistânia, cidades da região, deixou em alerta a Defesa Sanitária de Bauru. Preocupados com o surgimento de focos da raiva, doença transmitida por morcego, os donos de sítios têm alertado para os casos que surgiram nas últimas semana.
Somente em uma propriedade de Cabrália foram registradas 22 mortes entre bezerros e pelo menos dois cães. Exames feitos no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal de Botucatu confirma dois casos positivo da doença, informa a Defesa Sanitária.
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O que chama atenção é que a região não é área de incidência de raiva. Um dos casos confirmados foi em um bovino no Sítio Lago Azul, no município de Cabrália Paulista. O proprietário da área, Luiz Tripodi, procurou o JC para alertar os demais moradores das imediações. O laudo que atesta raiva é referente ao dia 26 de junho deste ano.
“Estou no sétimo animal morto, eles vão morrendo devagar. Os animais mortos são bezerros de 4 a 12 meses. Aqui nunca aconteceu surto de raiva. Essa doença não veio da região. Pela Internet vi que houve foco de raiva em Araçatuba, às vezes alguém comprou um bezerro de local que tem a doença e pode ser que estava contaminado”, declarou Luiz Tripodi, que já aplicou a oitava vacina para imunizar os animais contra a raiva.
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De acordo com ele, após as mortes decidiu alertar os demais proprietários que não estão dando importância para providenciar a vacinação. “Há quinze dias não estava morrendo mais gado, como os demais (proprietários) não estão vacinando voltou a morrer animais nesta semana, parece que a doença está voltando”, declarou Tripodi. Ele enterrou nessa segunda-feira (23) mais um bezerro.
A reportagem também teve contato com Evandro Antonio Ramos de Andrade, da Fazenda Bom Jesus, que contabilizou até esta segunda 22 mortes de animais, a maior parte de gado e pelo dois cães. Ele levou a carcaça de um dos animais até a Faculdade de Veterinária de Botucatu que comprovou caso positivo de raiva por meio da técnica de imunofluorescência direta. “Não tem o que falar, todos os casos deram confirmação de raiva, são os mesmos sintomas que mato os animais”.
A suspeita é de que os bezerros teriam sido contaminados por morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus, ou vampiro, principal transmissor da doença no gado e facilmente encontrado em cavernas, ocos de árvores e casas abandonadas.
Os funcionários da fazenda foram vacinados contra a raiva. Os que tiveram contato com o gado contaminado, antes tomaram um soro para depois receberem a vacina. “É uma espécie de epidemia, não sabemos de onde veio”, declarou.
Nos arredores da área rural não têm caverna, mas a fazenda fica próxima à SP-225, onde há uma tubulação de escoamento de água pluvial. Nesse pequeno túnel foram capturados pelo menos 18 morcegos pela Defesa Sanitária. “Essa passagem da água está muito impregnada de morcego, como a fazenda fica muito próximo, pode ser nesse local que estão abrigados os morcegos. Não tenho informação de que eles estavam infectados”, declarou Andrade.
Com Folha de Região