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O ex-prefeito de Bariri (SP) Paulo Henrique Barros de Araújo, preso por ser suspeito de ter sequestrado e estuprado uma menina de 8 anosem abril de 2018, foi ouvido nesta quinta-feira (29) no Fórum de Bauru (SP) por videoconferência.
Paulo está preso desde o ano passado na Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba. A audiência contou com a presença, além do juiz, dos advogados de defesa e acusação e de uma irmã da vítima.
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À Justiça, o ex-prefeito negou que tenha cometido o sequestro e estupro da menina. Ele também alegou que a família da menor queria vantagens financeiras com a repercussão do caso.
Ex-prefeito de Bariri suspeito de estuprar menina de 8 anos é interrogado pela Justiça
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Para justificar sua alegação, Barros disse que, na noite anterior à prisão em flagrante, ele tinha participado em Bauru de uma festa de república. Na ocasião, teria ingerido bebida alcoólica e feito uso de drogas como cocaína e até uma droga sintética.
O ex-prefeito disse também que quando decidiu voltar para Bariri, ao amanhecer, ainda sob efeito de entorpecentes, se perdeu nas ruas de Bauru e apenas pediu ajuda à menina. Ele também negou ter confessado o crime na delegacia e comentou resultado de exames.
“Não foi encontrada nenhuma lesão de índole sexual na menina, e obviamente que um laudo negativo é material para a defesa trabalhe a inocência do acusado”, explicou Eduvaldo José Costa Júnior, advogado do ex-prefeito.
Já o advogado Marcus Vinícius Primo de Almeida, que defende a família da menor, falou da intenção do ex-prefeito em se livrar das acusações.
“Uma pessoa que estivesse realmente sob efeito de álcool e drogas não saberia o local onde estava, ou seja, ele tinha consciência do que estava fazendo e de qual era a sua vontade”, rebate Almeida .
Após esse interrogatório, o processo ainda passará pelas fases de alegações finais, tanto do Ministério Público, como da defesa do ex-prefeito. Se a Justiça entender que não há mais dúvidas, o juiz dará a sentença em primeira instância.
Entenda o caso
Paulo Henrique foi preso em flagrante no dia 21 de abril em um bairro da zona rural de Bauru. No mesmo local, a menina de 8 anos foi encontrada por moradores e relatou os abusos. A menina foi abordada no bairro onde mora ainda pela manhã, quando saiu de casa para ir até a padaria.
Imagens de circuito de um imóvel registraram a abordagem. No vídeo é possível ver a menina andando pela rua e o carro preto se aproximando.
A irmã da vítima contou que ela saiu no sábado, 21 de abril, pela manhã para comprar pão e voltava para casa quando foi abordada pelo homem, que disse ser um policial à paisana e a levaria para casa.
A menina foi localizada por um casal no Vale do Igapó, um bairro afastado do centro da cidade, que a viram andando no local e a ajudaram a voltar para casa. Ela contou para os familiares que conseguiu fugir do suspeito após o carro dele cair um buraco.
Paulo Henrique foi preso no mesmo local e segundo a PM, ele estava sem camisa e bastante alterado. Na delegacia, ele chegou a confessar o crime, mas na audiência de custódia negou as acusações.
A menina passou por exames na Unidade Pronto-atendimento e, segundo a irmã passou por todos os procedimentos médicos no caso de estupro. A Polícia Civil concluiu o inquérito no dia 26 de abril e indiciou ex-prefeito por estupro de vulnerável.
Inicialmente, o caso tinha sido encaminhado para Tribunal de Justiça de São Paulo pelo entendimento de que Paulo Henrique teria foro privilegiado pela função que exercia.
No entanto, o TJ-SP recusou dar seguimento ao processo, pois como Araújo foi afastado dos cargos políticos, não caberia ele usufruir do foro privilegiado.
Na época que teria ocorrido o estupro, Araújo ocupava o cargo de prefeito de forma interina. Ele foi eleito vereador nas eleições de 2016 e como presidente da Câmara, ele assumiu a prefeitura depois que a chapa eleita teve a candidatura cassada.
Ao perder o foro, o processo de estupro de vulnerável no qual Paulo Henrique foi indiciado será julgado em primeira instância no Fórum de Bauru.
Outros casos
Após o caso da suspeita de estupro de vulnerável em Bauru, Paulo Henrique também passou a ser investigado em outros dois casos envolvendo crianças. Ele teria abordado meninas de 9 e 10 anos nas cidades de Bariri e Itapuí.
Por conta dessas investigações foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa do ex-prefeito e na prefeitura de Bariri, onde foi apreendido o computador usado pelo suspeito.
Segundo o advogado Marcus Vinícius Primo de Almeida, o caso de Bariri já foi julgado e Paulo Henrique foi absolvido em primeira instância por falta de provas. A outra denúncia, do caso registrado em Itapuí, deve ter audiência nos próximos dias.
Fonte: G1