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Luis Elizondo ganhou as manchetes em 2017, quando renunciou ao cargo de oficial sênior de inteligência em que comandava um programa obscuro do Pentágono investigando óvnis e denunciou publicamente o excesso de sigilo, a falta de recursos e a oposição interna que, segundo ele, prejudicavam os esforços.
As revelações de Elizondo repercutiram, na época. Elas foram reforçadas por vídeos explosivos e depoimentos de pilotos da Marinha que encontraram fenômenos aéreos inexplicáveis, levando a investigações do Congresso, legislação e uma audiência na Câmara em 2023, na qual um ex-oficial de inteligência dos EUA testemunhou que o governo federal recuperou objetos caídos de origem não humana.
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Agora, Elizondo, de 52 anos, foi além em uma nova memória. Em um livro, ele afirma que um programa de recuperação de óvnis tem operado há décadas como um grupo ultrassecreto composto por funcionários do governo que trabalham com empreiteiros de defesa e aeroespaciais. Ao longo dos anos, escreveu ele, tecnologia e restos biológicos de origem não humana foram recuperados desses acidentes.
“A humanidade, de fato, não é a única forma de vida inteligente no universo e não é a espécie dominante”, escreveu Elizondo.
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O livro, “Imminent: Por dentro da caça do Pentágono por óvnis”, foi publicado pela HarperCollins nesta terça-feira, após uma revisão de segurança que durou um ano no Pentágono.
A autorização do Pentágono, no entanto, não implica endosso. O jornal americano The New York Times obteve uma cópia antecipada de “Imminent”, sob embargo.
Por anos, Elizondo foi um oficial de inteligência militar de alto escalão e comandou programas altamente confidenciais tanto para a Casa Branca quanto para o Conselho de Segurança Nacional. Em 2009, ele foi recrutado para o Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais, que investigava relatos de óvnis.
Em “Imminent”, Elizondo descreveu sua luta para investigar os fenômenos e seus esforços, desde sua renúncia em 2017, para pressionar por maior transparência sobre o que é oficialmente conhecido sobre os óvnis. Ele também escreveu sobre encontros pessoais com fenômenos — esferas verdes que, segundo ele, visitaram sua casa enquanto trabalhava para o Departamento de Defesa.
No livro, ele expressou preocupação com o potencial perigo representado pela existência de uma tecnologia que, segundo ele, excede em muito o que os Estados Unidos ou outros países possuem ou conseguem explicar.
Elizondo escreveu que as naves e “a inteligência não humana que as controla representam, na melhor das hipóteses, uma questão muito séria de segurança nacional e, na pior, a possibilidade de uma ameaça existencial para a humanidade”.
O programa liderado por Elizondo investigou avistamentos, quase acidentes e outros encontros entre óvnis e caças da Marinha. Ele também coletou dados de incidentes envolvendo operações militares e de inteligência, incluindo imagens de manobras extraordinárias de naves que foram capturadas repetidamente por sensores sofisticados.
Dentro do programa, ele disse ter sabido que veículos demonstrando “tecnologia além da próxima geração” foram observados desde os anos 1940. No início dos anos 1950, quando óvnis se tornaram uma preocupação de segurança nacional durante a Guerra Fria, foi imposto sigilo rigoroso. “Quem controlasse tal tecnologia poderia controlar o mundo”, escreveu Elizondo.
Muitas das informações coletadas por esse programa permanecem confidenciais, mas dois vídeos não-confidenciais da Marinha sobre “fenômenos anômalos não identificados” (UAP, na sigla em inglês) foram liberados para divulgação pública a pedido de Elizondo e publicados pelo The New York Times quando divulgou a existência da unidade secreta de óvnis do Pentágono, em dezembro de 2017.
Em uma entrevista, Elizondo disse que tinha conhecimento direto do que estava discutindo, mas que suas autorizações de segurança o impediam de explicar a fonte de seu conhecimento. Ele obteve a aprovação do Pentágono para publicar seu livro, em parte, atribuindo algumas das informações a outras fontes cujos comentários já haviam sido aprovados. Elizondo também disse que não foi autorizado a discutir seu envolvimento em outros projetos secretos além do programa que ele liderou.
Sem interesse prévio em óvnis, Elizondo cresceu na Flórida, filho de mãe americana e pai cubano que lutou ao lado de Fidel Castro antes de romper com ele e participar da invasão da Baía dos Porcos em 1961.
Ensinado a atirar, pilotar motocicletas e um aviões por seu pai, ele foi para a faculdade e se alistou no Exército. Serviu no Afeganistão e também conduziu missões antiterrorismo contra o Estado Islâmico, Al Qaeda e Hezbollah. Mais tarde, liderou programas secretos na Base Naval e prisão da Baía de Guantánamo.
No livro de memórias, também escreveu sobre encontros pessoais com UAP, descrevendo esferas que brilhavam em verde e tinham aproximadamente o tamanho de uma bola de basquete, que invadiram sua casa intermitentemente por mais de sete anos. Os objetos eram capazes de passar por paredes e se comportavam como se estivessem sob controle inteligente, escreveu ele.
As esferas também foram testemunhadas por sua esposa, duas filhas e seus vizinhos, escreveu ele.
Quanto aos “nossos amigos de fora”, eles não parecem ser benevolentes, escreveu ele; talvez sejam neutros. Ou eles poderiam ser uma ameaça à humanidade.
“Não podemos mais enfiar nossas cabeças na areia”, ele escreve. “Sabemos que não estamos sozinhos.”
Fonte: G1