16 de novembro, 2024

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EUA proíbe entrada do ex-presidente panamenho Martinelli e sua família

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Os Estados Unidos proibiram, na quarta-feira (25), a entrada do ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli por aceitar “propina”, uma medida que se estende a seus familiares, entre eles dois filhos que retornaram ao Panamá, após cumprirem pena nos EUA por receberem propina da Odebrecht.

“Martinelli aceitou subornos em troca de concessões indevidas de contratos governamentais durante seu mandato como presidente”, o que torna “Martinelli e membros de sua família imediata inelegíveis para entrar nos Estados Unidos”, diz um comunicado do secretário de Estado, Antony Blinken, divulgado pela embaixada dos EUA no Panamá.

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A nota foi publicada logo depois da chegada ao Panamá dos irmãos Luis Enrique e Ricardo Martinelli, filhos do ex-presidente. Eles foram soltos na quarta-feira (25), após cumprirem pena nos Estados Unidos.

Os filhos do ex-presidente, que pretende voltar a se candidatar às eleições presidenciais de 2024, chegaram em um voo comercial ao aeroporto internacional de Tocumen, na capital panamenha.

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Ambos partiram do aeroporto de Newark (Nova Jersey), vigiados por agentes do serviço de imigração dos Estados Unidos, disse o advogado deles, Carlos Carrillo.

Pai e filhos no banco dos réus

Os irmãos Martinelli são indiciados no Panamá, junto com o pai, por suspeita de lavagem de dinheiro no caso Odebrecht e por outro escândalo conhecido como “Blue Apple”, uma trama para arrecadar comissões para agilizar contratos durante o governo Martinelli (2009-2014).

Os filhos de Martinelli cumpriram dois anos e meio da sentença de três anos imposta a eles pelo tribunal dos Estados Unidos e pagaram multa de US$ 250 mil por terem recebido US$ 28 milhões em propinas da empreiteira brasileira Odebrecht, dos quais US$ 19 milhões transitaram por contas nos EUA.

O tempo que estiveram detidos — primeiro, na Guatemala, e depois, nos Estados Unidos — foi descontado da sentença estabelecida pela Justiça americana.

Na audiência em que foi anunciada a decisão, os advogados dos irmãos, que se declararam culpados das acusações feitas contra eles pela Promotoria dos Estados Unidos, acusaram o ex-presidente Martinelli de induzir os filhos a cometer os crimes.

Por este caso, também é chamado a julgamento no Panamá o ex-presidente de 70 anos, que nega ter recebido “qualquer dinheiro ilícito” e afirma se tratar de “um circo político” para impedi-lo de concorrer à Presidência novamente.

Objetivo: impunidade

O Ministério Público panamenho acusa Martinelli e seus filhos de terem recebido propina da Odebrecht entre 2009 e 2015, por meio de empresas de fachada.

Os irmãos não foram presos ao chegarem ao Panamá, porque cada um pagou US$ 7 milhões de fiança: US$ 2 milhões pelo caso da Odebrecht e US$ 5 milhões pelo caso da “Blue Apple”, segundo o advogado Carrillo.

Em 2016, a Odebrecht se declarou culpada nos Estados Unidos de ter distribuído mais de 788 milhões de dólares em propinas a dirigentes governamentais, sobretudo na América Latina, para conseguir e reter obras de infraestrutura principalmente.

No Panamá, onde obteve contratos milionários durante o governo de Martinelli, a empresa admitiu ter pago US$ 59 milhões em subornos.

A declaração de Blinken é “contundente” porque os Estados Unidos apontam Martinelli “como um corrupto”, disse o presidente do Partido Panameñista (oposição), José Blandón.

Os irmãos Martinelli “terão que enfrentar a justiça panamenha, será um caminho cheio de armadilhas e obstáculos que esperamos que possam ser superados pelos agentes judiciais”, disse à AFP a presidente no Panamá da ONG Transparência Internacional, Lina Vega.

“O objetivo [dos irmãos] é a impunidade e sobram recursos” para alcançá-lo, disse Vega. “Também veremos, sem dúvida, os obstáculos de mal gosto que o líder do clã costuma protagonizar”, acrescentou.

Os dois irmãos fugiram dos Estados Unidos em 25 de junho de 2020, mas foram detidos naquele ano na Guatemala, de onde pretendiam viajar em um voo particular para seu país.

Posteriormente, foram extraditados aos Estados Unidos, onde foram acusados pela justiça de usar os bancos do país para cometer sua fraude “egoísta e avarenta”.

Segundo a Promotoria americana, os Martinelli investiram cifras milionárias das propinas em empresas, ações, bônus e na aquisição de bens de luxo, como um iate e um condomínio luxuoso em Miami.

Fonte: Yahoo!

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