24 de novembro, 2024

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EUA podem vender mísseis usados pela Ucrânia para o Brasil

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O Departamento de Estado dos Estados Unidos aprovou uma potencial venda de mísseis Javelin e equipamentos relacionados ao Brasil por um custo estimado de até US$ 74 milhões de dólares, segundo comunicado do Pentágono desta terça-feira (9).

Um porta-voz do Departamento de Estado explicou que a venda aprovada precisa ser oficialmente notificada ao Congresso dos EUA por causa do valor, que excede um limite de US$ 14 milhões imposto pela regulamentação americana para este tipo de exportação.

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Membros do serviço das Forças Armadas da Ucrânia disparam um míssil antitanque Javelin durante exercícios em um campo de treinamento em um local desconhecido na Ucrânia. A imagem foi divulgada em 18 de fevereiro de 2022. — Foto: Serviço de Imprensa da Operação das Forças Conjuntas Ucranianas / Divulgação via REUTERS
Membros do serviço das Forças Armadas da Ucrânia disparam um míssil antitanque Javelin durante exercícios em um campo de treinamento em um local desconhecido na Ucrânia. (Foto: Serviço de Imprensa da Operação das Forças Conjuntas Ucranianas / Divulgação)

Fabricado pelos gigantes da área de defesa Lockheed Martin Corp e Raytheon Technologies Corp, o Javelin tornou-se uma das armas mais conhecidas do mundo devido ao seu sucesso contra tanques russos na guerra da Ucrânia.

Agora, o Congresso tem 30 dias para tirar dúvidas sobre a venda, explicou o porta-voz. O Legislativo americano, no entanto, não precisa votar para aprovar a venda. Câmara e Senado podem fazer uma resolução conjunta que seja aprovada nas duas casas em 30 dias para se opor à venda, mas isso é muito improvável que aconteça, explicou o representante do Departamento de Estado.

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Com isso, ao final do prazo de um mês, o governo americano pode voltar a entrar em contato com Brasília para informar que, do lado dos EUA, a venda é possível. A partir daí, fica a cargo do governo brasileiro dizer se pretende de fato efetuar a compra.

Soldado ucraniano carregando lançador de mísseis Javelin (Foto: Divulgação)

Pedido na era Trump

O pedido de compra dos mísseis aconteceu em 2020 em um momento de aquecimento dos laços entre os Estados Unidos e o Brasil sob Donald Trump e Bolsonaro. Em 2019, Trump designou o Brasil como um aliado de primeiro nível dos EUA fora da Otan, permitindo maior acesso ao armamento fabricado por empresas norte-americanas.

O acordo atravessou a burocracia da era Trump e foi herdado por Biden, um democrata menos amigável com Bolsonaro do que seu antecessor republicano.

O Departamento de Estado aprovou a proposta apesar de objeções por parte de algumas autoridades norte-americanas de baixo escalão, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela agência Reuters.

Segundo a reportagem da Reuters, o acordo sigiloso, que não havia sido divulgado anteriormente, estava emperrado em um limbo processual em meio à crescente preocupação entre os parlamentares democratas dos EUA a respeito dos questionamentos que Bolsonaro tem feito sobre a integridade das urnas eletrônicas e da segurança da eleição de outubro no Brasil, disseram as fontes.

O Brasil não enfrenta ameaças semelhantes, o que suscita perguntas sobre por que o país precisaria de tal poder de fogo, disseram as fontes americanas ouvidas pela Reuters. As Forças Armadas brasileiras se concentram principalmente em proteger suas fronteiras, que estão entre as maiores do mundo, e em realizar missões internacionais de paz.

“O Brasil não precisa deles”, disse um ex-assessor do Congresso norte-americano que tem familiaridade com a questão das armas.

Outra fonte disse que o apoio do Departamento de Estado à venda dos mísseis mostrou que os EUA querem satisfazer o Brasil para ajudar a melhorar as relações com um dos mais importantes aliados militares de Washington na região.

Apesar das tensões entre Biden e Bolsonaro, os EUA permaneceram abertos à venda dos armamentos para o Brasil.

“A visão é de que o Brasil tem o direito de adquirir equipamentos militares como achar melhor e de acordo com nossas leis”, disse um alto funcionário do governo Biden à Reuters.

Fonte: Yahoo!

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