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Imagens dos aviões-espiões U2 revelam que o balão chinês que sobrevoou os Estados Unidos na semana passada estava indubitavelmente equipado com dispositivos para coletar informações de inteligência e não meteorológicas, garantiu um alto funcionário do governo americano nesta quinta-feira (9).
Imagens detalhadas feitas a grande altitude mostram que o equipamento do balão “era claramente para a vigilância de inteligência e era inconsistente com o equipamento encontrado nos balões meteorológicos”, indicou o Departamento de Estado.
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“Tinha múltiplas antenas para incluir uma matriz provavelmente capaz de coletar e geolocalizar comunicações”, assinalou o Departamento em nota oficial.
“Estava equipado com painéis solares suficientemente grandes para produzir a energia necessária para operar múltiplos sensores ativos de coleta de dados de inteligência”, detalhou o funcionário, sob condição de anonimato.
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Um avião de combate americano derrubou o balão sobre o Oceano Atlântico no sábado, depois que o mesmo havia atravessado grande parte do país, sobrevoando áreas onde os Estados Unidos guardam mísseis nucleares em silos subterrâneos e bases de aviões-bombardeiros estratégicos.
Nexo militar
Este incidente levou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, a cancelar uma viagem iminente a Pequim, que estava planejada há bastante tempo e tinha como objetivo melhorar as relações entre as duas potências rivais.
O funcionário indicou que os Estados Unidos acreditam que o balão estava sob controle do Exército Popular da China e faz parte de uma frota de aeróstatos que Pequim enviou a mais de 40 países nos cinco continentes para coletar informação de inteligência.
“Achamos que o fabricante de balões tem relação direta com o Exército da China”, disse o funcionário.
Também assinalou que os Estados Unidos estavam cogitando tomar medidas contra as entidades chinesas vinculadas à operação do balão, o que sugere que poderia submetê-las a sanções.
Mais cedo nesta quinta-feira, Pequim confirmou que rejeitou, no sábado, uma proposta do secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, para uma conversa telefônica com sua contraparte chinesa sobre o tema do balão.
“Este enfoque irresponsável e gravemente equivocado dos Estados Unidos não gerou uma atmosfera adequada para o diálogo e o intercâmbio entre os dois comandos militares”, assinalou o Ministério da Defesa da China em nota.
Sob a lupa
Um funcionário do FBI – a polícia federal dos EUA -, que tem a tarefa de analisar o balão, afirmou hoje que apenas uma parte “muito pequena” da carga útil de espionagem e eletrônica do balão havia sido recuperada até agora.
“A evidência recuperada e levada ao FBI é extremamente limitada”, disse o funcionário, que acrescentou que a carga estava sendo analisada nos laboratórios da agência policial em Quantico, no estado da Virgínia.
O que foi recuperado até agora estava flutuando na superfície da água, indicou o funcionário do FBI, também sob condição de anonimato.
A maior parte da carga útil, incluídos os painéis solares, afundou na água por cerca de 14 metros depois que o balão foi derrubado.
O FBI não detalhou se as principais peças da carga útil do equipamento haviam sido localizadas, mas advertiu que a chegada de mau tempo poderia dificultar sua recuperação.
Em uma audiência do Congresso nesta quinta, a subsecretária de Defesa dos EUA, Melissa Dalton, defendeu a decisão do Pentágono de não derrubar o aeróstato quando o mesmo entrou pela primeira vez no espaço aéreo do país, sobre os mares do Alasca em 28 de janeiro.
Dalton assinalou que os mares frios e gelados do Alasca, que têm mais de 5.000 metros de profundidade, teriam tornado a recuperação do equipamento muito mais difícil e “extremamente perigosa”.
Fonte: Yahoo!