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O governo americano anunciou, nesta quarta-feira (23), um endurecimento das sanções contra o setor de turismo de Cuba, proibindo pessoas sujeitas à jurisdição dos Estados Unidos de se hospedarem em propriedades designadas como pertencentes ao governo de Havana, entre outras medidas.
“As mudanças restringem a acomodação em certas propriedades em Cuba; a importação de bebidas alcoólicas de origem cubana e de tabaco; a assistência a, ou a organização de reuniões profissionais ou de conferências em Cuba; e a participação em determinados eventos públicos”, informou o Departamento do Tesouro em comunicado.
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O governo Trump reverteu a política de abertura em relação a Cuba iniciada por seu antecessor democrata Barack Obama, lançando uma bateria de sanções econômicas para restringir as receitas cambiais do governo de Havana.
O anúncio chega a 40 dias das eleições presidenciais nos Estados Unidos, onde o estado da Flórida é um forte bastião eleitoral – com 29 votos – e onde existe uma importante colônia de cubanos que se opõe ao governo de Havana.
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Nesta quarta-feira, Trump homenageou na Casa Branca os veteranos da fracassada invasão da Baía dos Porcos que tentaram derrubar Fidel Castro em 1961, e lembrou os 40 anos do exílio em massa de cubanos nos Estados Unidos, conhecido como o êxodo de Mariel.
“Estas ações garantirão que não haja dólares americanos para financiar o regime cubano, e que esse dinheiro vá diretamente para o povo cubano”, disse Trump.
Para o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, as medidas “limitam os direitos dos americanos e afetam as famílias nos dois países”. “Enganam-se os inimigos de Cuba se apostam que essas ações eleitorais e oportunistas do presidente Trump violam os desejos dos cubanos”, publicou no Twitter.
O diretor-geral para os Estados Unidos da chancelaria cubana, Carlos Fernández de Cossío, denunciou uma “nova medida de agressão” e reagiu com ironia à homenagem aos veteranos da fracassada invasão.
“O presidente Trump, em um curioso movimento eleitoral, encontra resquícios da brigada mercenária que o governo dos Estados Unidos lançou na agressão militar contra Cuba em 1961 e que, apesar de suas poderosas armas e árdua preparação militar, foi derrotada em menos de 72 horas”, afirmou no Twitter.
Novas restrições a charutos e bebidas alcoólicas
Com esta atualização das restrições, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac) proibirá qualquer pessoa sujeita à jurisdição dos Estados Unidos de permanecer, pagar por acomodação ou fazer uma reserva para si ou para terceiros em qualquer propriedade identificada pelo Departamento de Estado como propriedade do governo de Cuba.
O regulamento também afeta as propriedades nas mãos de funcionários sancionados ou membros do Partido Comunista de Cuba designados com restrições ou seus parentes próximos.
“A proibição do uso de hotéis de propriedade do governo cubano implicará em menos voos dos Estados Unidos a Cuba, e que os voos serão, mais uma vez, apenas para cubano-americanos que visitarem suas famílias”, explicou à AFP John S. Kavulich, presidente da organização Conselho de Comércio e Economia entre os Estados Unidos e Cuba.
Com as novas restrições, o Ofac proibirá qualquer importação de charutos ou bebidas alcoólicas cubanas por pessoas físicas. Kavulich indicou que esta proibição tem duas funções: subtrair receitas do governo de Havana e ajudar a Bacardi e outras marcas americanas.
Além disso, os americanos precisarão de uma autorização especial, que será examinada caso a caso, para participar de conferências, eventos públicos, consultas médicas, workshops ou eventos esportivos em Cuba.
“Esta decisão de restabelecer o uso de licenças específicas para participar de um evento em Cuba diminuirá ainda mais o interesse dos cidadãos americanos”, concluiu Kavulich.
Fonte: Yahoo!