Anúncios
Os oceanos de todo o mundo estão lotados de plástico, um problema grave e que cada vez mais afeta a vida marinha. Um novo estudo publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências traz novos – e assustadores dados – sobre essa questão.
Os pesquisadores envolvidos, segundo o The New York Times, analisaram dados de mais de 10.000 autópsias de 57 espécies diferentes de aves marinhas, 31 de mamíferos marinhos e de 7 de tartarugas marinhas mortas pela ingestão de plástico – não inclui microplástico – e calcularam quantidades consistentes com uma probabilidade de morte de 90%.
Anúncios
Foi constatado que ingerir a quantidade de plástico equivalente a duas bolas de beisebol mata uma tartaruga marinha, de três cubos de açúcar mata um papagaio-do-mar e de uma bola de futebol mata uma toninha.
“Essas doses letais são muito menores do que se imagina”, disse Erin Murphy, cientista marinha que liderou o estudo e gerencia a pesquisa sobre plásticos nos oceanos na Ocean Conservancy. “Há muito tempo sabemos que a ingestão de plásticos pode ser fatal para os animais marinhos, mas não sabíamos qual seria a quantidade excessiva.”
Anúncios
A ingestão de plástico pode ser fatal para a vida marinha de diversas maneiras. Por exemplo, pedaços rígidos podem perfurar ou lacerar os órgãos internos do animal, causando sua morte. O acúmulo de fragmentos ou pedaços grandes de plástico pode obstruir a passagem de alimentos. Além disso, ingestão de uma quantidade suficiente de plástico pode levar os animais à inanição, preenchendo seus intestinos sem fornecer os nutrientes necessários.
Pelos dados do estudo, a maior parte do plástico encontrado nas aves marinhas era plástico rígido, como fragmentos de garrafas. Também foi achada borracha sintética e é importante destacar que apenas seis pedaços, cada um menor que uma ervilha, têm 90% de chance de matar um petrel ou ave similar.
No caso das tartarugas marinhas, mais da metade dos plásticos eram de tipos flexíveis, como sacolas, que podem se assemelhar às águas-vivas que servem de presa para esses animais. Aproximadamente três quartos do plástico ingerido por mamíferos marinhos provinham de equipamentos de pesca, como cordas e redes.
Segundo o NYT, os pesquisadores constataram que animais jovens de todas as espécies, que tendem a ser menos específicos em relação às suas presas, geralmente ingeriram mais plástico do que os adultos.
O próximo passo deles é descobrir como a quantidade de plástico no meio ambiente se traduz na quantidade que os animais podem ingerir.

Fonte: Um Só Planeta