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Um estudo feito pela Fundação SOS Mata Atlântica mostra que a mancha de poluição no Rio Tietê chega a quase 300 quilômetros de extensão no interior de São Paulo, no trecho de Pirapora do Bom Jesus (SP) até Botucatu (SP). O Dia do Rio Tietê é comemorado nesta quarta-feira (22).
O relatório anual apontou que os índices estavam melhores. Dos 53 pontos monitorados pela fundação, sete haviam melhorado. Um deles está no rio Jundiaí, que deságua no Tietê, e outros quatro estão em afluentes da cidade de Itu. Segundo a ONG, a mancha de poluição no trecho que passa pelo interior havia diminuído cerca de 40%.
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Os dados também apontavam que a qualidade de água nos pontos monitorados era considerada regular, com um saldo positivo em relação aos últimos 12 meses. Para chegar a este ponto, foram dez anos de recuperação, informou a fundação.
No entanto, o lodo que deixou a água escura após a abertura das barragens, no fim de agosto, causou uma queda no nível de oxigênio em Salto (SP). Mais de sete toneladas de peixes mortos foram retiradas de um dos afluentes do Tietê no local depois do ocorrido e a condição da água passou de regular para péssima.
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“Infelizmente, após a abertura das barragens, aquele lodo contaminado derrubou os indicadores de qualidade da água do Tietê, que vinham apresentando uma média ao longo do ano de qualidade regular e boa em vários trechos, mas caiu para péssima”, explica a diretora da fundação, Malu Ribeiro.
De acordo com a especialista, o rio ficou praticamente sem oxigênio em um trecho de 298 quilômetros entre os dias 29 de agosto e 8 de setembro.
“Foram quase 300 quilômetros afetados diretamente por essa poluição arrastada da região metropolitana. O lodo ainda está deixando a água acinzentada, formando espumas onde tem corredeira e, nos trechos de remanso, ele vai ficando acumulado e vai comprometendo ainda mais a condição ambiental.”
Nesta quarta-feira, uma espuma tóxica causada por produtos despejados na água sem o devido tratamento voltou a tomar conta do rio em Salto. Mesmo assim, para a SOS Mata Atlântica, a previsão para os próximos anos é otimista.
“A gente sabe que, a cada litro de esgoto tratado, 20 litros de água se recuperam. Na medida que a gente vai coletando e tratando o esgoto, o rio vai retornando à vida, e isso ajuda a minimizar os impactos da crise hídrica, da escassez que nós estamos vivenciando. É extremamente importante que ações conjuntas sejam feitas e que passe a ser caro poluir. Infelizmente, ainda é muito barato poluir águas e rios enormes, como o Tietê, no nosso país”, completa.
Fonte: G1