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A estudante Giovanna Bezerra Silva, de 17 anos, morreu nesta segunda-feira (23) após ser baleada na cabeça por outro aluno, dentro da Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo. Outras três pessoas ficaram feridas no ataque.
Giovanna estava no terceiro ano do ensino médio e morava no Jardim Sapopemba, perto da escola. A vítima chegou a ser levada ao pronto-socorro do Hospital Sapopemba, mas não resistiu aos ferimentos. O velório estava marcado para as 20h desta segunda no Funeral Leste.
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O ataque ocorreu por volta das 7h20. Além de Giovanna, outras duas estudantes, de 15 anos de idade, foram atingidas pelos disparos. Elas estão no 1º ano do ensino médio, na mesma sala do atirador. Um quarto aluno, de 18 anos, machucou uma das mãos ao tentar fugir pela janela durante o ataque.
O adolescente autor do ataque, de 15 anos, foi apreendido junto com a arma e levado para o 70º DP. Até a última atualização desta reportagem, a polícia não havia divulgado a motivação do ataque.
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Segundo o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), a arma usada pelo adolescente era um revólver calibre 38, pertencia ao pai dele e foi registrada em 1994.
Vítima tinha paixão por vôlei
Em seu perfil no Instagram, Giovanna costumava mostrar sua paixão pelo vôlei e publicava fotos praticando o esporte. Há também vídeos da adolescente com os amigos dentro da Escola Sapopemba durante os intervalos das aulas.
A última postagem de Giovanna foi feita na tarde de domingo (22). A estudante publicou imagem de um passeio no Parque Água Branca, na Zona Oeste de São Paulo.
Nesta segunda, amigos e parentes prestaram homenagens à vítima.
“Meus melhores momentos sempre foram ao seu lado. Nunca pensei que estaria escrevendo um texto de despedida, um último adeus, mas Deus sabe de todas as coisas. Não tenho palavras nesse momento, mas você sempre estará no meu coração. Te amo minha moça. Que Deus te receba de braços abertos aí no céu”, escreveu uma amiga no Instagram.
“Descanse em paz, que o Senhor Jesus conforme o coração dos familiares e amigos”, publicou outra amiga.
Feridos
As duas estudantes que ficaram feridas pelos disparos e sobreviveram foram levadas para o Hospital Estadual Sapopemba.
Uma delas foi baleada no tórax e passou por cirurgia. A outra foi atingida na clavícula. Ambas tiveram alta no início da tarde desta segunda, segundo uma amiga informou à reportagem.
“Eu estava na sala e ouvi os disparos. Elas foram socorridas e estão bem. Uma chegou a ser levada para o centro cirúrgico, mas vai ficar tudo bem”, disse a amiga das estudantes, que também é aluna da escola.
O pai de uma das feridas disse à TV Globo que a filha ligou por volta das 7h30 e o informou que havia sido atingida por um tiro. “Eu falei: ‘que brincadeira é essa?’. Ela: ‘não, pai, é sério, eu tomei um tiro, tomei um tiro”, afirmou.
Por meio de nota, a gestão estadual lamentou o ocorrido e disse que a prioridade é prestar atendimento aos familiares das vítimas.
“O governo de SP lamenta profundamente e se solidariza com as famílias das vítimas do ataque ocorrido na manhã desta segunda-feira (23) na Escola Estadual Sapopemba. Nesse momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares.”
O governador Tarcísio de Freitas disse nesta segunda-feira (23) que estava consternado com mais um caso de violência dento das escolas estaduais de São Paulo.
“Estamos consternados com mais um terrível ataque nas nossas escolas. Na manhã de hoje, três alunos foram atingidos a tiros na Escola Estadual Sapopemba e um deles, infelizmente, não resistiu. O autor dos disparos e a arma foram apreendidos. Nesse momento, a prioridade é apoiar os estudantes, professores e familiares. Toda minha solidariedade às famílias e a todos os afetados neste triste episódio”.
Segundo ataque em 7 meses
O ataque desta segunda (23) é o segundo caso registrado na capital paulista somente neste ano.
No dia 27 de março deste ano, uma professora de 71 anos morreu e quatro pessoas ficaram feridas após serem atacadas com faca por um aluno do oitavo ano da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Zona Oeste de São Paulo. O agressor, de 13 anos, foi desarmado e levado para uma unidade da Fundação Casa.
Elisabete Tenreiro era professora desde 2015 e havia começado na escola Thomazia Montoro neste ano. A educadora tinha se aposentado como técnica do Instituto Adolfo Lutz em 2020, mas continuou dando aulas de ciências.
Em agosto, a reportagem esteve na escola estadual e constatou que, cinco meses depois do atentado, ainda não havia psicólogos disponíveis para o atendimento de professores e alunos na unidade escolar. A medida tinha sido uma promessa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
À época, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) chegou a afirmar que quadruplicou o orçamento inicial destinado a políticas públicas de garantia da segurança e proteção de convivência no ambiente escolar, passando para R$ 100 milhões.
Contudo, duas das professoras que foram vítimas do ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, disseram que a escola só recebeu visitas de um grupo de estudos em psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e que o corpo docente e discente foram orientados a procurar atendimento psicológico no Sistema Único de Saúde (SUS).
Ainda segundo as professoras, a comunidade escolar está “pagando” pelos dias de recesso pós-ataque com reposições de aulas em período de férias, e o programa Conviva, do governo, não funciona na unidade escolar.
Fonte: G1