23 de dezembro, 2025

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Estudante de Botucatu recebe prêmio internacional por pesquisa sobre novos tratamentos contra o câncer com uso de inteligência artificial

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Pesquisa desenvolvida por doutoranda da Unesp utiliza IA para identificar medicamentos já disponíveis no mercado que podem auxiliar no tratamento do câncer metastático de pulmão.

Uma estudante de doutorado da Universidade Estadual Paulista em Botucatu recebeu um prêmio internacional por uma pesquisa que utiliza inteligência artificial no desenvolvimento de novas estratégias para o tratamento do câncer metastático de pulmão. O estudo aposta no reposicionamento de medicamentos já comercializados para outras doenças, mas que podem ter efeito complementar no combate à enfermidade.

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A pesquisa é desenvolvida por Maria Raquel Gomes Fernandes, doutoranda do Instituto de Biociências da Unesp, e conta com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. O trabalho rendeu à pesquisadora o prêmio Educação para Países em Desenvolvimento, concedido pela Associação Internacional do Câncer de Pulmão, que selecionou apenas dez pesquisadores de diferentes países.

Como parte da premiação, a estudante participou da Conferência Mundial do Câncer de Pulmão, realizada em Barcelona, na Espanha, onde apresentou os resultados do estudo a especialistas de diversas partes do mundo. Em entrevista, a pesquisadora destacou a importância da visibilidade internacional e da representatividade da ciência brasileira no cenário global.

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O estudo utiliza bancos de dados públicos e um software de inteligência artificial para cruzar informações genéticas de células tumorais com dados de fármacos já aprovados e disponíveis no mercado. A partir desse processo, a tecnologia cria filtros e identifica medicamentos com potencial para atuar contra o câncer metastático de pulmão, seja inibindo a proliferação das células malignas, provocando morte celular ou dificultando a formação de vasos sanguíneos que alimentam o tumor.

A pesquisa tem caráter multidisciplinar e conta com a orientação do professor Robson Francisco Carvalho, do Instituto de Biociências de Botucatu, além da coorientação de docentes da Faculdade de Medicina e da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp.

Após a etapa computacional, os medicamentos apontados pela inteligência artificial passam por testes em cultura celular, para avaliar se conseguem reduzir o crescimento ou a proliferação das células cancerígenas. Segundo a pesquisadora, a metodologia aplicada ao câncer de pulmão deverá, em uma próxima fase, ser estendida também ao câncer de pâncreas.

Para que os medicamentos possam ser efetivamente reposicionados na prática clínica, ainda são necessárias etapas como testes clínicos e aprovação da Anvisa. A pesquisadora afirma que pretende dar continuidade ao trabalho, caso haja financiamento e parcerias, com o objetivo de ampliar as possibilidades de tratamento e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

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