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Os Estados Unidos deram nesta terça-feira (4) 60 dias para a Rússia cumprir “plenamente” o tratado sobre armas nucleares assinado em 1987, em plena Guerra Fria, do qual Washington, que recebeu o apoio de seus aliados da Otan, ameaçou se retirar.
“Os Estados Unidos declaram hoje que a Rússia violou substancialmente o tratado e suspenderemos as nossas obrigações (…) em 60 dias, a menos que a Rússia volte a cumpri-lo plenamente e de forma verificável”, disse seu chefe da diplomacia, Mike Pompeo (foto).
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Pompeo abordou as ações da Rússia durante uma reunião com seus pares dos países da Otan na sede da Aliança, em Bruxelas, aos quais o chanceler ucraniano, Pavlo Klimkin, urgiu que deem uma “resposta integral” à “agressão” russa no Mar Negro.
A preocupação com relação às ações da Rússia de Vladimir Putin aumentou nos últimos anos entre os aliados, sobretudo desde a anexação por parte de Moscou, em março de 2014, da então península ucraniana da Crimeia, país que aspira a se tornar um membro da Aliança.
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As potências ocidentais também consideram que um sistema de mísseis russo desenvolvido e mobilizado nos últimos cinco anos, conhecido como 9M729 ou SSC8, viola o tratado INF, acordo que os europeus consideram a base para a sua segurança.
Os aliados expressaram em uma declaração de 10 pontos o seu apoio a Pompeo em sua análise das “graves” violações pela Rússia do tratado de forças nucleares de alcance intermediário (INF), assinado entre os Estados Unidos e a então União Soviética.
E foram além: a Otan deixou por conta da Rússia a continuidade do acordo depois que, em outubro, o presidente americano, Donald Trump, anunciou a sua intenção de se retirar e aumentar seu arsenal nuclear “até que as pessoas recobrem o juízo”.
“A Rússia tem agora a sua última chance de voltar a cumprir com o tratado INF, mas também temos que começar a nos preparar para um mundo sem o tratado”, disse em entrevista coletiva o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, ao fim da reunião.
Os Estados Unidos fixam agora um calendário de 60 dias para iniciar a sua saída, dias depois de Trump expressar o seu desejo se conversar com Putin e com o presidente chinês, Xi Jinping, “para evitar uma corrida armamentista importante e incontrolável”.
“Não há sentido que os Estados Unidos continuem em um acordo que limita a nossa capacidade de agir ante violações cometidas pela Rússia”, destacou o secretário de Estado americano, para quem as ações russas “socavam a segurança nacional” de seu país.
Os países da Otan também reconhecem em sua declaração que os “Estados Unidos cumpriram plenamente com as suas obrigações do tratado INF desde a sua entrada em vigor”, situação, em sua visão, “insustentável” se a Rússia não respeitar.
Fonte: Yahoo!