Anúncios
Subiu para 84 o número de mortes pelo novo coronavírus no estado de São Paulo, segundo balanço do Ministério da Saúde divulgado neste sábado (28). Foram 16 novas mortes em relação aos dados divulgados na sexta-feira (27), é o maior número de óbitos por coronavírus em apenas um dia. O estado possui ainda 1.406 casos confirmados.
O novo número de casos representa um aumento de 14,9% em relação aos 1.233 casos anunciados na sexta- feira (27). No caso das mortes, o crescimento foi de 23,5%. No Brasil são 3.904 e 114 mortes.
Anúncios
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, entre os 16 novos óbitos contabilizados neste sábado (28), estão um homem de 92 anos, de Sorocaba, uma mulher de Embu das Artes (82) e outra de Guarulhos (89). Os outros 13 ocorreram na Capital, sendo sete mulheres (62, 71, 79, 77, 87, 87, 80) e seis homens (71,74, 77, 76, 76, 58). Segundo a pasta, a vítima de 58 anos tinha comorbidades.
Notificação apenas em casos graves
Na segunda-feira (23) a Secretaria Estadual da Saúde determinou que as unidades de saúde da rede pública devem registrar no sistema apenas pacientes internados com sintomas graves da doença.
Anúncios
Pessoas com sintomas leves, especialmente aquelas que não sentem falta de ar, não são registradas como casos suspeitos ou confirmados de coronavírus no sistema oficial, tampouco são submetidas ao teste laboratorial. Especialistas afirmam que a nova metodologia de registro pode levar a subnotificação.
Segundo a Diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), Helena Sato, a medida é necessária para concentrar esforços nos casos graves.
“Isso não quer dizer que a gente vai ter menos dados, de jeito nenhum. Nós trabalhamos com vigilância epidemiológica. Então, nós tivemos um procedimento muito parecido na época da pandemia que aconteceu dez anos atrás, em relação ao vírus do H1N1. Antes a gente notificava os casos leves, moderados, depois, com o aumento, com o que se considera uma pandemia, a gente foca nos casos graves. Isso de modo nenhum vai alterar nossas ações de vigilância, não altera em nada”, disse Sato.
“É só uma forma de a gente poder acompanhar o que é mais importante nesse momento. Quando começa a ter mais casos, a gente começa a focar nos graves”, completa.
Para Fernanda Campagnucci, diretora executiva da Open Knowledge Brazil e especialista em transparência de dados, a nova orientação mostra que as estatísticas estaduais precisam ser analisadas com cautela, já que não refletem mais o mesmo cenário que era analisado antes.
“É compreensível que haja mudanças no processo de coleta dos dados, porque a gente está aprendendo a lidar com o vírus, e não há testes suficientes. Mas qualquer mudança na metodologia impacta o resultado. Isso precisa ser comunicado, divulgado, para que as análises sejam feitas com base nessa informação importante da nova orientação”, afirma Campagnucci.
Fonte: G1