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Um cachorro-vinagre (Speothos venaticus), espécie classificada como “quase ameaçada de extinção” pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN) e como “vulnerável” pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) do Brasil, morreu após ser resgatado com queimaduras de terceiro grau, em Jaú (SP).
De acordo com o veterinário Vinícius Camargo Fração, responsável pelo atendimento ao cachorro-vinagre, a suspeita é de que o animal, também conhecido como cachorro-do-mato, tenha sofrido com as chamas de queimadas em uma mata próximo à área urbana.
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Segundo a Prefeitura de Jaú, a situação das queimadas nesta época do ano piora com o hábito de alguns moradores que colocam fogo em quintais e terrenos. Com isso, as chamas se alastram até atingirem matas nas proximidades da cidade, colocando em risco várias espécies silvestres. A falta de chuvas e a vegetação seca só agravam o cenário.
Segundo o veterinário, o animal apresentava 50% do corpo queimado, com queimaduras de 3º grau em alguns pontos. Na internação, as feridas foram limpas e o bicho recebeu analgésicos e soro.
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Resgatado no dia 18 de agosto por agentes da Secretaria de Proteção e Direito dos Animais (SPDA) da Prefeitura de Jaú, após chamado de moradores, o cachorro-vinagre chegou a ficar internado em um hospital veterinário da cidade habilitado para atendimento a animais silvestres. No entanto, uma possível infecção generalizada levou o animal ao óbito no dia 28 de agosto.
“Muito provavelmente a causa da morte foi uma infecção generalizada, o que chamamos de sepse. Foi tudo muito repentino. A piora ocorreu no dia 27 e o óbito no dia seguinte”, conta o veterinário.
Espécie rara
O cachorro-vinagre é nativo das Américas Central e Sul. É considerado parente próximo do lobo-guará e da raposa-do-campo. De acordo com uma publicação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), geralmente vive em grupos de dois a 12 indivíduos.
Os adultos chegam a medir entre 57 e 75 centímetros de comprimento e pesam, em média, de cinco a oito quilos. Suas pernas são curtas, assim como o focinho. As orelhas são relativamente pequenas, e o animal conta com garras afiadas, maiores do que as de cães domésticos do mesmo porte. Aparições entre humanos são extremamente raras.
Ainda de acordo com o informe do ICMBio, há diversas ameaças ao cachorro-vinagre. Desmatamento e degradação ambiental estão entre os principais riscos. Outro perigo é a caça exacerbada de suas presas, o que pode reduzir a base de caça da espécie e sua capacidade de sobrevivência em seu habitat.
“A morte dele representa uma perda importante para a fauna brasileira. Com a continuação desses acontecimentos, o ecossistema pode vir a se desequilibrar, uma vez que esse animal é fundamental no controle de pequenos roedores e outros animais. Além disso, ficamos tristes por não termos conseguido devolvê-lo à natureza”, diz o veterinário.
Fonte: G1