27 de novembro, 2025

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Especialistas resgatam primeiros itens do “Santo Graal dos naufrágios”; vídeo

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O governo colombiano anunciou nesta semana a recuperação dos primeiros artefatos do lendário galeão espanhol San José, naufragado em 1708 perto de Cartagena. A operação, conduzida por especialistas e acompanhada pelo presidente do país, Gustavo Petro, resultou na retirada de um canhão de bronze, três moedas macuquinas e uma xícara de porcelana das profundezas do mar do Caribe.

Conhecido entre os caçadores de tesouros de “Santo Graal dos naufrágios”, a embarcação partiu de Sevilha, na Espanha, com destino à América transportando ouro, joias e mercadorias diversas. Calcula-se que a sua carga poderia valer mais de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 108 bilhões, na cotação atual).

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Apesar de alguns especialistas indicarem que esse valor é inflado, o mito que envolve o navio ainda mexe com o imaginário coletivo. Não à toa, o governo colombiano ainda mantém sigilo absoluto sobre a sua localização exata, alegando razões de segurança nacional.

Parte do galeão espanhol San José, que afundou na costa caribenha da Colômbia em 1708 (Foto: Governo Colombiano)

Patrimônio arqueológico, não tesouro

Como destaca o jornal New York Times, a visão do governo colombiano, reforçada por autoridades culturais, é de que o San José deve ser tratado como um patrimônio histórico subaquático. “Precisamos parar de pensar nisso como um tesouro. Não é um tesouro no sentido do século 19”, chegou a afirmar Juan David Correa, então ministro da Cultura, ao veículo em 2023. Segundo ele, o foco deve ser a preservação científica do material, e não sua exploração comercial.

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A atual expedição, autorizada em 2024, tem caráter estritamente investigativo, conforme reiterou o governo Petro ao jornal The Guardian. Os destroços repousam a cerca de 600 metros de profundidade, e imagens submarinas revelam dezenas de canhões e centenas de xícaras de porcelana branca e azul, possivelmente da dinastia Qing – a xícara recuperada ainda não teve sua origem confirmada.

Esta pintura retrata o ataque do Comodoro (mais tarde Almirante) Charles Wager a uma frota espanhola carregada de tesouros perto de Cartagena, na atual Colômbia, em 28 de maio de 1708. O navio de Wager, o ‘Expedition’, de 70 canhões, é mostrado no centro atacando o navio-almirante espanhol, o ‘San José’, de 60 canhões. A força dos disparos parece explodir o navio espanhol em uma nuvem de fumaça e chamas, refletida na água (Foto: Samuel Scott/Wikimedia Commons)

Os novos itens serão submetidos a um longo processo de conservação em laboratório e, em seguida, avaliados pelos investigadores. Dependendo dos resultados científicos encontrados, poderá ser considerada uma escavação mais ampla do sítio arqueológico.

Vale destacar que os especialistas estão divididos sobre a recuperação de San José. Muitos condenam a ideia de trazer o navio à superfície, alegando que sua estrutura pode ser irremediavelmente danificada enquanto outros defendem que o resgate parcial e cuidadosamente controlado pode ampliar o conhecimento sobre as dinâmicas marítimas, comerciais e militares do início do século 18.

Disputa envolve outros países

O San José é peça central de uma das mais longas e complexas disputas legais sobre patrimônio submerso no mundo. Além da Colômbia e da Espanha reivindicarem direitos históricos sobre o navio e seu conteúdo, comunidades indígenas e descendentes de escravizados afirmam ter direito a compensações, já que seus ancestrais participaram da extração dos metais preciosos que alimentavam o império espanhol.

Desde 1981, a Colômbia também enfrenta batalhas judiciais com grupos privados de buscas. O caso mais emblemático é o da Sea Search Armada, sucessora da empresa Glocca Morra, dos Estados Unidos, que diz ter descoberto o naufrágio e exige parte do valor estimado do tesouro, cerca de US$ 10 bilhões (R$ 54 bilhões).

Veja imagens cedidas pelo governo colombiano à Euronews:

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Fonte: Galileu

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