20 abril, 2024

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Espanha planeja tratar a Covid como doença endêmica; OMS e especialistas consideram que a decisão é prematura

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A Espanha planeja classificar a Covid-19 como uma doença endêmica, considerada sempre presente para a população. Por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de especialistas, a posição é considerada prematura. A possibilidade, no entanto, abriu um debate entre governos — que defendem um tom de “normalidade” — e a comunidade médica — que quer manter a guarda.

O governo da Espanha tem sido o mais enfático ao se posicionar sobre considerar o coronavírus como um problema a se conviver normalmente, como a gripe.

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A Espanha “trabalha com a comunidade científica” para, quando chegar o momento, “passar da gestão da pandemia para a gestão de uma doença que esperamos que a ciência possa tornar endêmica”, reiterou o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, em coletiva de imprensa com o seu colega alemão, Olaf Scholz.

A variante ômicron multiplicou os casos da Covid-19, mas não causou tantas mortes e internações como a delta, por exemplo. No entanto, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a pandemia “está longe de terminar” e alertou que “é provável que surjam novas variantes”.

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“Endêmico por si só não significa que seja bom; endêmico significa apenas que está aqui para sempre”, disse o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, em uma sessão virtual do Fórum Econômico Mundial na terça-feira, citando a malária como exemplo.

A Espanha possui uma das maiores taxas de vacinação do mundo, com 90,5% de sua população acima de 12 anos totalmente imunizada. “Com uma alta taxa de vacinação, a pandemia pode ser superada melhor”, admitiu o chanceler alemão.

‘Falsas ilusões’

Para Fernando García, do Centro Nacional de Epidemiologia e porta-voz da Associação de Saúde Pública de Madri, falar de uma endemia neste momento “é criar falsas ilusões”.

“Estamos caminhando para tornar o vírus mais endêmico, mas acho que não podemos dizer que já chegamos a essa situação”, disse Marco Cavaleri, chefe da estratégia de vacinação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Do ponto de vista técnico, não há fronteira numérica de casos que separe uma epidemia de uma endemia, segundo García.

“Epidemia é quando há um surto de casos muito importante, acima do normal, que é o que estamos vivenciando desde o início de 2020. E endemias são casos que podem ter um comportamento sazonal, mas que não pressionam o sistema de saúde”.

Sintomas leves e poucas hospitalizações

De acordo com García, quando o coronavírus for endêmico, “a maioria das pessoas terá sintomas leves, e haverá alguns que sofrerão complicações que os levarão ao hospital e morrerão”.

“Nunca acontecerá que um quarto dos leitos em Unidades de Terapia Intensiva estejam ocupados por Covid, nem 5%. Provavelmente será atendido no campo da atenção primária”.

A Espanha tem atualmente mais de 23% dos leitos de UTI ocupados por pacientes de Covid. Mais de 91 mil pessoas morreram desde o início da pandemia em março de 2020, 2.610 delas entre 17 de dezembro e 18 de janeiro.

Fonte: Yahoo!

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