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O escritor anglo-indiano Salman Rushdie, de 75 anos, foi esfaqueado no palco de um evento em Nova York, nos Estados Unidos, nesta sexta-feira. Ainda não há detalhes sobre o estado de saúde dele. A informação foi confirmada pela polícia, acrescentando que ele sofreu ferimentos no pescoço. O escritor passa na tarde desta sexta-feira por uma cirurgia, segundo seu agente nos Estados Unidos, Andrew Wylie. Ele, no entanto, não deu atualizações sobre o estado de saúde do autor.
A obra de Rushdie fez com que ele se tornasse alvo de ameaças de morte no Irã desde a década de 1980. Um repórter da agência Associated Press (AP) testemunhou o episódio de violência registrado por volta de 10h30 no horário local. Um homem invadiu o palco do anfiteatro do centro educacional Chautauqua Institution e começou a agredir Rushdie e uma outra pessoa que estava no palco. O escritor caiu no chão e o responsável pelo atentado foi contido.
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A endocrinologista Rita Landman, que estava na plateia, subiu ao palco para prestar os primeiros socorros após o ataque. Ela disse ao New York Times que Rushdie tinha várias facadas, incluindo uma no lado direito do pescoço, e que havia uma poça de sangue sob seu corpo.
— As pessoas diziam: ‘Ele tem pulso, ele tem pulso, ele tem pulso’ — disse Landman.
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O homem detido era branco, tinha o cabelo raspado e estava usando roupas camufladas por baixo de um casaco preto. Rushdie foi levado do local de helicóptero por socorristas. A pessoa que estava entrevistando o escritor sofreu um leve ferimento na cabeça.
— Houve apenas um agressor. Ele estava vestido de preto, uma roupa preta folgada, e correu na direção dele — disse ao Times Elisabeth Healey, 75, que estava na plateia.
— Houve um enorme lapso de segurança. Foi assustador que alguém pudesse chegar tão perto sem qualquer intervenção — lamentou John Bulette, 85 anos.
O livro “Os Versos Satânicos” de Rushdie é proibido no Irã desde 1988. Muitos muçulmanos consideram a história uma blasfêmia. Um ano depois, o falecido líder do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, emitiu um edito, pedindo a morte de Rushdie. Uma recompensa de mais de US$ 3 milhões também foi oferecida para quem tirasse a vida dele. O escritor passou cerca de dez anos sob proteção policial e vivendo na clandestinidade. Ele mora nos EUA desde 2000.
A governadora de Nova York, Kathy Hochul, disse em coletiva que Salman Rushdie está vivo e foi transportado para um hospital local. Ela também confirmou que o moderador do evento também foi atacado e levemente ferido.
Por meio de sua conta no Twitter, o primeiro ministro britânico Boris Johnson disse estar chocado com fato de ela ter sido esfaqueado “ao exercer um direito que nunca devemos deixar de defender”.
— Agora meus pensamentos estão com seus entes queridos. Estamos todos esperando que ele esteja bem — publicou.
Fonte: G1