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Uma moeda de ouro de mais de 2.200 anos, cunhada com o retrato da rainha egípcia Berenice II, foi descoberta nas escavações do estacionamento Givati, no Parque Nacional da Cidade de Davi, em Jerusalém. O achado, divulgado em 23 de agosto pela Autoridade de Antiguidades de Israel, é considerado único: trata-se da primeira moeda desse tipo encontrada em um contexto arqueológico formal.
A peça, um quarto de dracma cunhado em ouro puro (99,3%), foi datada de 246 a 241 a.C. — período do reinado de Ptolemeu III, marido da rainha.
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“Em todo o mundo, apenas cerca de 20 moedas desse tipo são conhecidas, e esta é a primeira já descoberta em uma escavação arqueológica formal, o que a torna uma descoberta de extraordinário valor científico”, afirmam Robert Kool, chefe do Departamento de Numismática da Autoridade de Antiguidades de Israel, e Haim Gitler, curador-chefe de Arqueologia e curador de Numismática do Museu de Israel, em comunicado.
Na frente, a moeda apresenta a imagem de Berenice vestindo um adorno de cabeça, véu e colar. Na parte de trás, tem uma cornucópia ladeada por estrelas, símbolo de fertilidade e prosperidade, acompanhada da inscrição grega “da Rainha Berenice”. A presença da palavra “Basileisses” (“da Rainha”) é incomum e indica um possível reconhecimento do poder político próprio da soberana.
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Os especialistas acreditam que a moeda tenha sido cunhada em Alexandria, no Egito, possivelmente como parte de pagamentos especiais a soldados que participaram da Terceira Guerra Síria (246–241 a.C.), conflito entre o Reino Ptolemaico e o Reino Selêucida.
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Descoberta inesperada
A moeda foi identificada durante uma peneiração de sedimentos por Rivka Langler, uma das escavadoras do local. “Eu estava peneirando o solo quando vi algo brilhante. Peguei e percebi que era uma moeda de ouro. A princípio, não acreditei, mas em segundos eu estava correndo animada pelo local”, contou.
Segundo os arqueólogos Kool e Gitler, que estudaram o artefato, esta é a única moeda do gênero encontrada fora do Egito, centro do domínio ptolomaico. “A descoberta tem extraordinário valor científico”, destacaram.
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O diretor da escavação, Yiftah Shalev, afirma que a presença da moeda em Jerusalém oferece uma visão inédita sobre a cidade no período helenístico. “Até agora, a visão predominante era de que Jerusalém, após a destruição do Primeiro Templo, era uma cidade pequena e marginal. A moeda mostra que, já no século 3 a.C., a cidade estava em processo de renovação e mantinha relações com centros políticos e econômicos da época”, explica.
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A moeda, juntamente com outras joias de ouro encontradas nas escavações, será exibida no início de setembro, durante a 26ª Conferência Anual de Pesquisa da Cidade de Davi. “Jerusalém nunca deixa de surpreender. Pode ser um objeto pequeno, mas tem grande significado para compreender a história da cidade”, destaca Amihai Eliyahu, Ministro do Patrimônio.
Veja abaixo o vídeo da descoberta da moeda por Rivka Langler e a avaliação dos especialistas:

Fonte: Galileu