25 de junho, 2025

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Escassez de mão de obra: Indústria enfrenta dificuldade para preencher vagas com horário fixo, alerta diretora do Ciesp Botucatu

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Patrícia Dias destaca que a solução passa por uma transformação cultural dentro das próprias indústrias

A escassez de mão de obra qualificada na indústria, especialmente para funções com jornadas fixas, tem se intensificado não apenas a nível nacional, mas também na região de Botucatu e nos 28 municípios representados pela Regional de Botucatu do Ciesp. Dados recentes revelam um cenário preocupante: 55% dos brasileiros hoje preferem o trabalho autônomo aos empregos formais, priorizando a flexibilidade de horários (39%) em detrimento de salários mais altos (26%), enquanto a participação de jovens na indústria paulista caiu drasticamente de 21,5% em 2006 para apenas 13% atualmente.

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A diretora titular do CIESP Botucatu, Patrícia Dias, confirma que a realidade regional reflete essas tendências nacionais. “Nossos empresários enfrentam dificuldades crescentes para preencher vagas que exigem presença física e horários rígidos. Os jovens profissionais buscam cada vez mais autonomia e equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, o que exige que repensemos nossos modelos de gestão”, explica.

Diante deste desafio estrutural, o Ciesp Botucatu vem implementando uma série de iniciativas estratégicas. Em parceria com o SENAI, prefeituras e instituições de ensino, a entidade está desenvolvendo programas de capacitação técnica alinhados às necessidades das cadeias produtivas locais. Paralelamente, trabalha na implantação de distritos industriais e no fomento ao diálogo entre lideranças regionais para criar um ambiente de negócios mais atrativo.

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Patrícia Dias destaca que a solução passa por uma transformação cultural dentro das próprias indústrias. “Precisamos enxergar os jovens não como problemas a serem adaptados, mas como agentes de inovação. Isso implica rever desde nossos processos de recrutamento até a estruturação de planos de carreira mais flexíveis e a digitalização de operações”, afirma.

Os números reforçam a urgência da questão: enquanto a taxa de desemprego nacional caiu para 7% em 2023 – o menor patamar histórico -, a indústria regional sofre com a falta de mão de obra qualificada. Um levantamento da Fiesp mostra que 27% das indústrias paulistas classificam o processo de contratação como “difícil” ou “muito difícil”, cenário agravado pela saída de 3,5 milhões de jovens do mercado de trabalho desde 2019, muitos para se dedicarem aos estudos.

“Mais do que apontar culpados, nosso papel é construir pontes entre educação, indústria e poder público. O futuro do setor depende da nossa capacidade de valorizar os talentos locais e criar oportunidades que dialoguem com as aspirações das novas gerações”, conclui a diretora, reforçando o compromisso do CIESP Botucatu em mediar essa transição fundamental para a sustentabilidade da indústria regional.

Contexto Nacional: Reportagem recente da Folha de S.Paulo (22/04) destacou como aplicativos e novas formas de trabalho autônomo têm transformado o mercado, oferecendo alternativas que concorrem diretamente com os empregos industriais tradicionais.

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