Equipe recebe visita de ursos polares em estação no Ártico

Vista da janela, a paisagem do Ártico pode ser maçante, com seu eterno branco e ventos uivantes. Na estação polonesa de Hornsud, que fica no arquipélago norueguês de Svalbard, a equipe de pesquisadores recebeu visitas que ajudaram a quebrar a rotina na última semana.

“Não precisamos de café para nos acordar esta manhã”, anunciou a página de Facebook da estação na última quarta (27). Nas imagens publicadas, a explicação: uma família de ursos polares passava pelo local e se aproximou das instalações, algo raro, segundo relatos da equipe.

Daniel Kępski, líder da 46ª expedição polar polonesa, disse ao jornal The Guardian que avista ursos polares com frequência, mas os animais não chegavam próximo da estação. “Foi incrível vê-los tão de perto naquele dia, mas é claro que também foi um pouco estressante”, comenta.

Katarzyna Kudłacz, meteorologista, conta que estava preparando ovos mexidos quando viu que tinha três convidados inesperados. A família de ursos, uma mamãe e seus filhotes, parecia saudável, disse ela, e “só olhava para as nossas janelas com interesse”.

Ainda assim, por precaução a equipe decidiu espantar os ursos, mesmo que não estivessem exibindo comportamento agressivo. “Foi uma experiência maravilhosa, mas devemos lembrar que são animais selvagens e, para eles e para nós, é melhor manter distância. Eles não eram agressivos. No entanto, preferimos assustá-los, fazendo barulho e disparando um sinalizador.”

Os pesquisadores afirmam que, neste ano, na região de Svalbard o gelo está melhor para os ursos polares do que em anos recentes. Apesar da média de 20 avistamentos de ursos entre um verão e outro, que no Hemisfério norte ocorre no meio do ano, a temporada registra 40 avistamentos desde junho, com chance de mais “visitas” nos próximos três meses.

Mudanças climáticas ameaçam ursos polares

Apesar de um período aparentemente favorável em Svalbard, o aquecimento global está afetando a vida dos ursos polares e poderá fazer com que estes animais morram de fome, indica uma pesquisa realizada por cientistas da América do Norte.

Isso porque as mudanças climáticas causadas pelo homem estão prolongando o período sem gelo em partes do Ártico, forçando estes mamíferos, acostumados a caçar no gelo flutuante, que abriga focas e leões marinhos, por exemplo, a prolongar o período que passam atrás de comida e a ficarem cada vez mais tempo em terra.

Fonte: Um Só Planeta