23 de dezembro, 2024

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‘Epidemia’ de obesidade afeta uma em cada 10 pessoas no mundo

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Mais de uma em cada 10 pessoas em todo o mundo são obesas, e acredita-se que 2,2 bilhões estão com excesso de peso, alimentando uma crise global de saúde que provoca milhões de mortes por ano, de acordo com um grande estudo internacional divulgado nesta segunda-feira.

O número de obesos mais que dobrou em 73 países e aumentou em outros lugares do mundo desde 1980, quando foi lançado o estudo, publicado na revista médica New England Journal of Medicine.

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Realizada em 195 países ao longo de 35 anos, a pesquisa apresentada em uma conferência em Estocolmo nesta segunda-feira é considerada a mais abrangente já realizada sobre o tema da obesidade.

Na conclusão do estudo, em 2015, 107,7 milhões de crianças e 603,7 milhões de adultos em todo o mundo foram considerados obesos, desencadeando o que seus autores descreveram como “uma crescente e perturbadora crise global de saúde pública”.

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A taxa de obesidade em crianças, embora tenha permanecido mais baixa do que entre os adultos, aumentou a um ritmo mais rápido durante o período do estudo – uma descoberta que os especialistas descreveram como especialmente “preocupante”.

“O excesso de peso corporal é um dos problemas de saúde pública mais desafiadores do nosso tempo, afetando quase uma em cada três pessoas”, disse Ashkan Afshin, autor principal do estudo e professor assistente de saúde global na Universidade de Washington, em Seattle.

“Ao longo da última década, várias intervenções foram avaliadas, mas existem poucas evidências sobre a sua eficácia a longo prazo”, acrescentou, anunciando uma nova parceria de 10 anos com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (Fao) para avaliar o progresso global no controle do excesso de peso.

Acredita-se que 2,2 bilhões de pessoas – 30% da população mundial – eram obesas ou tinham sobrepeso em 2015.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou o número de pessoas com excesso de peso em 1,9 bilhão em 2014, incluindo mais de 600 milhões de obesos.

O excesso de peso está relacionado a taxas elevadas de doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer.

Em 2015, quatro milhões de mortes foram vinculadas a um Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 24,5, o que indica que uma pessoa está acima do peso, ou de 30 ou mais, o que indica obesidade.

O IMC é calculado dividindo o peso de uma pessoa em quilogramas pela sua altura em centímetros ao quadrado.

Mais de 40% dessas mortes foram de pessoas consideradas não obesas, o que indica que estar acima do peso, mesmo sem ser obeso, é a causa de milhões de mortes prematuras.

Mais de dois terços das mortes ligadas a IMCs altos foram atribuídas a doenças cardiovasculares, que tiveram um aumento acentuado desde 1990.

“Epidemia mundial”

Entre os países mais populosos do mundo, a taxa de obesidade em crianças e adultos jovens foi mais alta nos Estados Unidos, com 13%, enquanto o Egito apresentou a maior taxa de obesidade entre os adultos, com 35% da população.

As taxas mais baixas de obesidade em adultos foram registradas em Bangladesh e no Vietnã, ambas em 1%.

A China e a Índia tiveram o maior número de crianças obesas – 15,3 e 14,4 milhões, respectivamente.

No que diz respeito à obesidade em adultos, os Estados Unidos e a China registraram as maiores taxas, com 79,4 e 57,3 milhões de indivíduos, respectivamente.

Em um editorial que acompanha o estudo, Edward Gregg e Jonathan Shaw, ambos epidemiologistas nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, disseram que a descoberta mais preocupante foi a quase triplicação da obesidade em jovens e jovens adultos em países de renda média – China, Brasil e Indonésia.

“Um surgimento precoce da obesidade provavelmente se traduzirá em uma alta incidência cumulativa de diabetes tipo 2, hipertensão e doença renal crônica”, advertiram.

A pesquisa foi baseada nos dados mais recentes fornecidos pelo estudo Global Burden of Disease (GBD), que acompanha o impacto de mais de 300 tipos de patologias e lesões em 133 países.

Seu objetivo principal era entender, em uma escala global, o que está gerando “a atual epidemia mundial de doenças” relacionada ao alto peso corporal, disseram os autores.

Fonte: Yahoo!

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