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Quase duas semanas após a prisão de 41 pessoas em uma rinha de cães em Mairiporã, na Grande São Paulo, os 17 pit bulls resgatados do local continuam sentindo os efeitos do trauma. Além do medo e da desconfiança, os animais estavam muito debilitados fisicamente por conta dos maus-tratos.
Os cães estão sob os cuidados da ONG Pit’s Ales, em hotéis e clínicas da capital e de Cotia, também na Grande São Paulo. Onze cachorros vieram de Mairiporã, e outros seis de uma chácara de Itu que era usada para procriar e preparar os animais para as brigas.
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Os que foram encontrados em Itu têm menos sequelas físicas, mas ainda estão abalados psicologicamente. De acordo com a veterinária Ilíada Lima, que cuida dos cães resgatados, eles têm dificuldades para se relacionar com humanos e também com outros cachorros, já que foram treinados para brigas a vida inteira.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, ela conta a história de Barbie, uma pit bull de cerca de um ano. A cadela fica imóvel quase o tempo inteiro, e mal consegue se levantar para comer.
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“Sua expressão é de tristeza. Quando um grupo de pessoas está por perto, ela começa a tremer e se afasta. Eles não são —nenhum deles— agressivos. Estão, isto sim, traumatizados e com muito medo”, explica a veterinária.
A cadelinha Bulgária ajudou os voluntários a entenderem as graves condições em que os animais eram mantidos. Ela foi encontrada em Mairiporã com aumento das glândulas mamárias e pesando 15,8 kg, o que sugeria que talvez ela tivesse dado cria na chácara de rinhas. No entanto, os voluntários não conseguiram encontrar os filhotes no local. Foi então que uma ultrassonografia revelou que ela ainda estava prenha – e mesmo assim era colocada no rinhadeiro para brigar.
Os voluntários da Pit’s Ales sabem que o processo de recuperação e socialização dos cachorros será longo. O comerciante Alessandro Desco estima que vai demorar até seis meses para que eles passem a confiar nos humanos novamente. No entanto, eles não perdem a esperança frente à tarefa difícil:
“Primeiro, eles ganharam a liberdade. Depois, os nomes. Agora, esperamos que eles voltem a ter vida”, afirma a voluntária Patrícia Rodrigues.
Fonte: Yahoo!