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O ator e cantor Arthur Singer morreu aos 13 anos de idade nesta sexta-feira (7), conforme confirmou o perfil do Instagram do artista. O garoto era conhecido por sua participação em 2021 no reality show musical “Canta Comigo Teen”, exibido pela TV Record.
Singer cativou 87 dos 100 jurados do programa, onde cantou “O Carimbador Maluco”, de Raul Seixas, e foi comparado a Ney Matogrosso. O menino, que também publicava covers de músicas nas redes sociais, atuou nos musicais “The Pilgrims” e “Matilda”.
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Má formação cerebral
A mãe do jovem, Meire Adriane, explicou que o filho sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. Os médicos que atenderam o garoto identificaram que ele havia nascido com uma má formação no cérebro.
“Má formação essa que nunca foi detectada porque o meu filho nunca reclamou de dor de cabeça e a gente só procura fazer uma tomografia, uma ressonância quando nós temos uma queixa”, detalhou a mãe de Singer, desmentindo notícias falsas e boatos de que o AVC dele havia sido provocado pela vacina contra a Covid-19.
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“Quero dizer que sou absolutamente a favor da vacina e que não tem absolutamente nada a ver. Foi uma questão de má formação mesmo”, ressaltou Meire.
Ela pediu ainda que fosse divulgado que os órgãos do filho foram doados. “Gostaria que vocês soubessem que meu filho é um doador de órgãos, se é para ter uma divulgação, que tenha uma positividade. Para as pessoas entenderem o quanto é importante a doação de órgãos”, disse.
O que é um AVC
De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, um AVC ocorre quando há uma alteração do fluxo de sangue ao cérebro. Nesse quadro há a morte de células nervosas da região cerebral atingida.
Os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são: fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental; alteração da fala; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar, além de dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
O AVC pode se originar de duas formas: da obstrução de vasos sanguíneos, o chamado acidente vascular isquêmico, ou de uma ruptura do vaso — este último caso conhecido como acidente vascular hemorrágico.
Quadro hemorrágico
No AVC hemorrágico, os vasos sanguíneos se rompem na maioria das vezes no interior do cérebro, o que se denomina hemorragia intracerebral. Em outros casos, ainda mais graves, ocorre a hemorragia subaracnóide, isto é, o sangramento entre o cérebro e a aracnóide (uma das membranas que compõe a meninge). Com isso, há aumento da pressão intracraniana, que pode resultar em maior dificuldade para a chegada de sangue em outras áreas não afetadas.
De acordo com o Ministério da Saúde, o AVC hemorrágico é responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico. Sua causa é principalmente pressão alta descontrolada e a ruptura de um aneurisma.
No entanto, também pode ser provocado por outros fatores, como hemofilia e outros distúrbios de coagulação do sangue; ferimentos na cabeça ou no pescoço; tratamento com radiação para câncer no pescoço ou cérebro; arritmias cardíacas; doenças cardíacas; vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos); infarto agudo do miocárdio e defeitos cardíacos congênitos.
Malformações arteriovenosas (MAVs) cerebrais, que são uma das causas do AVC hemorrágico, podem gerar dores de cabeça com ou sem sangramento no cérebro, de acordo com o Manual MSD de doenças.
Essas malformações surgem provavelmente por um desvio do desenvolvimento normal dos vasos do sistema nervoso. “A partir da sétima semana de vida embrionária, uma anomalia poderia fazer os pequenos capilares arteriais e venosos se coalescerem (se juntarem), formando uma comunicação direta entre as veias e as artérias”, detalha o médico Carlos Michel Albuquerque Peres, em artigo publicado pela Sociedade Brasileira de Neurorradiologia Diagnóstica Terapêutica (SBNR).
Se esta comunicação anormal ocorre, a veia do paciente pode estourar pois não suporta muito tempo receber sangue arterial. Este desvio se chama “fístula”, e dentro de uma MAV, pode haver uma ou mais fístulas, segundo Peres.
Não foi divulgada que tipo de malformação cerebral Arthur Singer teve, mas a mesma teve como consequência seu AVC. Dezenas de amigos lamentaram a morte precoce do menino. A família deixou uma mensagem emocionante no perfil oficial dele no dia do óbito:
“Durante esses 13 anos que estivemos com Arthur nos dedicamos ao máximo para lhe proporcionar o melhor”, diz a publicação. “Tudo que ele queria fazer (cantar, atuar, participar de um programa de tv, viajar, etc) ele conseguiu. Deus abençoe a cada um de vocês . Vivam intensamente, pois nossa vida é um sopro e pudemos sentir isso com a ida do nosso filho”.
Fonte: Galileu