16 de novembro, 2024

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Empresário morto em decorrência da ‘doença do pombo’ só recebeu o diagnóstico após AVC

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O empresário José Wilson de Souza, de 56 anos, que morreu em Santos, no litoral de São Paulo, em decorrência da criptococose, conhecida como ‘doença do pombo’, só recebeu o diagnóstico após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), segundo a família. Em entrevista nesta quinta-feira (8), a empresária Ana Lucia Martins de Souza, de 51, esposa de José, conta que uma médica neurologista chegou a desconfiar que ele tivesse com síndrome do pânico.

“A gente correu, investigou e mesmo assim não teve sucesso em receber um diagnóstico completo. Eu sabia que o pombo trazia doença, mas eu não sabia que era uma doença tão grave como essa. É importante as pessoas ficarem em alerta”, diz a esposa.

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Ela conta que o marido começou a se queixar de dores intensas na cabeça em meados de março deste ano. Desde então, ele consultou médicos de diferentes especialidades e chegou a receber um diagnóstico de enxaqueca com aura.

Em seguida, ele também passou a sentir dores nas costas e foi novamente ao médico. O empresário chegou a fazer sessões de acupuntura e reiki, mas nada resolvia, até que em meados de junho ele começou a sentir as pernas bambas, tremor no braço e formigamento na língua.

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No mesmo mês, José passou mal e foi levado ao hospital. Ele ficou internado e os médicos disseram que ele havia tido um AVC. Após exames, o empresário foi diagnosticado com meningite fúngica e o fungo Cryptococcus Gatti foi identificado em seu organismo.

De acordo com o Ministério da Saúde, o principal reservatório do fungo é matéria orgânica morta presente no solo, em frutas secas, cereais e nas árvores. Ele também pode ser encontrado nas fezes de aves, principalmente dos pombos.

Eles se espalham pelo ar e o risco maior está em ambientes fechados, onde esses animais se abrigam. Após ser inalado pelas pessoas, o fungo se instala no pulmão e, depois, migra para o sistema nervoso central.

Ana Lucia conta que a doença acometeu o cérebro do marido e ele entrou em coma. José foi internado na Santa Casa de Santos e passou a receber medicamentos antifúngicos, mas não resistiu e morreu no dia 19 de julho.

“Ele ficou todo tempo sedado, às vezes por algumas horas tiravam a sedação para ver se ele respondia aos estímulos. No início ele respondeu, depois eles tinham dado morte cerebral”, conta a esposa.

Veja o ciclo da criptococose — Foto: Arte/TV Globo
Ciclo da criptococose (Foto: Arte/TV Globo)

‘Doença do pombo’

Em entrevista, a infectologista Rosana Richtmann disse que a rápida reprodução dos pombos dificulta o controle da doença em grandes cidades. “As fezes ressecadas dos pombos, espalhadas pelo vento, podem ser inaladas e causar doenças”, declarou. A ordem é evitar o contato com animais e lugares de concentração dos pombos.

A Secretaria de Saúde de Santos informou que a doença não é de notificação obrigatória pelas unidades de saúde públicas e particulares, conforme os atuais protocolos. Por essa razão, não há dados. Entretanto, a municipalidade declarou que realiza ações educativas para prevenção e de controle de pragas urbanas.

A prefeitura disse que a solicitação de fiscalizações em áreas e imóveis com pombos podem ser realizadas pelo telefone 162 e outros canais da ouvidoria municipal. Outras orientações sobre os procedimentos indicados são fornecidas pelo telefone 3257-8048 (setor de fiscalização da Seção de Vigilância).

Fonte: G1

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