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O bicampeão de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi e o político Andrea Matarazzo se lançaram como candidatos ao Senado da Itália, onde haverá eleições gerais em 25 de setembro.
Os dois disputam pelo circunscrição da América do Sul (veja mais abaixo), que tem direito a representação no legislativo italiano. Os partidos têm até o dia 22 de agosto para oficializar os nomes dos seus candidatos.
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Em entrevista ao diário “Il Giornale”, Fittipaldi contou que vai se candidatar ao cargo de senador pelo partido Irmãos da Itália, de extrema-direita. Ele disse que tomou a decisão depois de conversar com a líder do partido, Giorgia Meloni —ela é considerada a favorita para as eleições do mês que vem; se isso acontecer, ela vai se tornar a primeira líder mulher do país.
Emerson Fittipaldi durante o Salão do Automóvel 2018, em São Paulo — Foto: Fábio Tito/G1
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Matarazzo é filiado ao Partido Socialista Italiano, segundo a revista “Insieme” (uma publicação da comunidade italiana no Brasil),
Os dois afirmam que vão defender o direito à cidadania de descendentes de italianos. Fittipaldi afirmou que pretende inscrever isso na Constituição do país, e Matarazzo afirma que é favorável ao princípio da transmissão da cidadania sem limites de geração.
Distritos eleitorais fora da Itália
Desde 2006 as eleições na Itália também têm representantes de fora do país. Os distritos são separados da seguinte forma:
- Europa (inclusive os territórios asiáticos da Rússia e Turquia);
- América do Sul;
- América do Norte e América Central;
- África, Ásia, Oceania e Antártida.
Eleições na Itália
No dia 21 de julho, Mario Draghi apresentou renúncia ao cargo de primeiro-ministro depois que seu governo de coalizão de unidade nacional entrou em colapso.
Pelas regras, quando o bloco governista perde a maioria do Parlamento, as eleições gerais são antecipadas para definir uma nova maioria no Legislativo que irá formar o governo.
Draghi perdeu apoio do Movimento 5 Estrelas e sua base de apoio ficou insuficiente no Parlamento.
Bloco conservador é o favorito
O bloco conservador é o favorito para vencer. A aliança conservadora é liderada por dois partidos de direita, Irmãos da Itália, de Meloni, e Liga, de Matteo Salvini, e são apoiados pelo Força Itália, mais moderado, liderado pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, de 85 anos.
Eles prometem cortar impostos, reprimir a imigração e eliminar o atual sistema de benefícios sociais se vencer as eleições do próximo mês, como é esperado, disse o grupo em um manifesto conjunto.
Um programa de governo de 15 pontos divulgado pelos partidos não dá muitos detalhes e reitera promessas já feitas pelos partidos individualmente durante a campanha para a eleição de 25 de setembro.
Promete “impostos mais baixos para famílias, empresas e trabalhadores independentes”, com o chamado “imposto fixo”, ou taxa de imposto única, sobre rendimentos anuais de até 100.000 euros para trabalhadores independentes e sobre qualquer aumento de renda de um ano para o outro.
Os cortes de impostos são uma plataforma tradicional para a direita italiana, que argumenta que o impulso ao crescimento econômico compensará qualquer redução nas receitas.
O bloco também promete elevar as pensões mínimas e aumentar as possibilidades de aposentadoria antecipada.
Eleição direta para presidente
O Plano de Recuperação da Itália apresentado à União Europeia no ano passado em troca de cerca de 200 bilhões de euros de fundos de alívio pandêmico será alterado “devido às mudanças nas condições, necessidades e prioridades”, diz o programa. Não foi especificado o que seria alterado.
O manifesto promete conter a imigração ilegal, outro forte tema conservador, bloqueando barcos de imigrantes com a ajuda de autoridades africanas locais e através da criação de centros administrados pela União Europeia para avaliar os pedidos de asilo antes que os imigrantes cheguem à União Europeia.
A aliança conservadora está a caminho de conquistar uma maioria parlamentar confortável na eleição, mostrou uma pesquisa na terça-feira, ajudada pelas divisões entre seus oponentes.
O programa promete uma revisão do sistema social, aumentando creches gratuitas e benefícios para crianças, mas descartando o esquema de auxílio de renda cidadã introduzido em 2019.
O programa será substituído por “medidas mais efetivas de inclusão social e geração de empregos”, diz o programa, sem dar detalhes.
O programa prevê ainda uma reforma da Constituição da Itália para introduzir a eleição direta do presidente, substituindo o atual sistema em que o chefe de Estado é eleito pelo Parlamento. Esta é uma proposta de centro-direita de longa data e exigirá um referendo, a menos que o bloco obtenha uma maioria de dois terços no Parlamento.
Fonte: G1