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A Embraer vive um dos momentos mais preocupantes de sua história recente. A unidade de Botucatu, que conta com aproximadamente 2 mil colaboradores, pode ser também afetada com a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, que pode desencadear uma onda de demissões em massa — com risco de corte de até metade da força de trabalho local – cerca de 1 mil pessoas na Cidade.
A tensão tomou conta dos bastidores da companhia após a confirmação do “tarifaço” pelo presidente norte-americano Donald Trump, que deve entrar em vigor nesta sexta-feira (1º). A medida compromete diretamente cerca de 30% da receita da Embraer, que depende das exportações para os Estados Unidos, seu maior mercado internacional.
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Até pouco tempo atrás, a empresa contava com isenção total de tarifas para comercializar suas aeronaves no território americano. No entanto, desde o aumento para 10%, os custos já começaram a pressionar os resultados. Com a possível elevação para 50%, o cenário se torna ainda mais preocupante.
O tarifaço deixaria cada avião comercial vendido aos Estados Unidos cerca de R$ 50 milhões mais caro, o que poderia inviabilizar as operações da empresa com o país. A Embraer opera atualmente com 1.700 aviões no mercado norte-americano. “Isso inviabiliza as operações da Embraer com os Estados Unidos”, disse o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
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“A Embraer vê com preocupação o risco dos Estados Unidos elevarem suas tarifas para 50% a partir de 1º de agosto, pois isso poderia impactar significativamente as receitas e investimentos futuros da empresa, bem como nossos clientes e fornecedores nos EUA”, afirmou a companhia em nota à imprensa.
De acordo com o economista e professor de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ricardo Hammoud, as tarifas anunciadas por Donald Trump vão afetar profundamente a Embraer. “É capaz que as ações da Embraer continuem caindo e ela tenha que fazer um ajuste bastante severo no número de funcionários, no tamanho da empresa e nos investimentos, mas é claro que isso é no pior cenário possível, no qual as tarifas não são revistas e a Embraer não consegue encontrar novos mercados que consigam substituir o norte-americano”, conclui o professor da FGV.