24 de novembro, 2024

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 Embraer e Boeing devem finalizar acordo de fusão em dezembro; linhas de produção são cogitadas nos EUA

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Extensa e envolta em dúvi­das e polêmicas. Assim tem se caracterizado os pla­nos de acordo entre duas das principais fabricantes de aeronaves do mundo: a brasileira Embraer e a norte-americana Boeing. Agora, mais um detalhe é acrescentado na história, com a possível confirma­ção do negócio ocorrer no dia 5 de dezembro.

A informação foi veicu­lada no final de setembro pelo jornal O Estado de S.Paulo, tendo como base um memorando de en­tendimento entre as em­presas e posteriormente apresentado pelo Minis­tério Público do Trabalho (MPT). O documento en­contrava-se sob sigilo e a intenção das empresas é aprovar o acordo nas pró­ximas semanas, a fim de evitar resistência por par­te do próximo governo.

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A reportagem explicita  que até dezembro as em­presas esperam concluir as observações e questio­namentos em seus conse­lhos administrativos, além de aprovações em assem­bleias, caso ocorram. A intenção das duas fabri­cantes é determinar per­centuais de ações, linhas de produção e detalhes operacionais.

Em comunicado público divulgado em julho, ambas as empresas reforçam que o acordo criará “uma joint venture que contempla os negócios e serviços de aviação comercial da Em­braer, estrategicamente alinhada com as operações de desenvolvimento co­mercial, produção, marke­ting e serviços de suporte da Boeing. Nos termos do acordo, a Boeing deterá 80% da propriedade da joint venture e a Embraer, os 20% restantes”.

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Ainda no memorando, estão detalhes do valor de transação, cravado em 4,75 bilhões de dólares pela integralidade das operações e serviços de aviação comercial da Em­braer por parte da Boeing.

Além disso, a norte-ame­ricana fará o pagamento de 3,8 bilhões de dólares pelos 80% da nova joint­-venture.

Ao analisar o documen­to protocolado, o próprio MPT propôs na Justiça ação civil pública para que o governo federal – que detêm o chamado golden share, particularidade que dá à União o poder de veto na negociação mes­mo a Embraer sendo uma empresa privatizada -, condicione a venda da fa­bricante brasileira com a garantia de que a fabrica­ção de aeronaves e os em­pregos não sejam transfe­ridos ao exterior.

No entanto, o memoran­do de ambas as empresas não cita tal particularida­de. Conforme a matéria publicada pelo Estadão, em despacho publicado em 11 de setembro, o pro­curador Rafael de Araú­jo Gomes, que analisou o documento do acordo, salientou que a Embraer será “mera observadora” na nova empresa, “limitan­do-se a receber os dividen­dos que os 20% de partici­pação no capital social lhe proporcionarão”.

Pelo acordo da joint venture, serão destinadas para a empresa a ser cria­da as unidades de Tauba­té, São José dos Campos – divisão de equipamentos – (no Brasil), além de Évo­ra (Portugal) e Nashville (Estados Unidos). Perma­necerão sob gestão da Em­braer as unidades de Botu­catu, Gavião Peixoto, São José dos Campos, Alverca – OGMA (em Portugal) e Melbourne (Austrália).

A unidade de Botucatu da Embraer emprega mais de 1.800 funcionários e é responsável pela fabrica­ção de peças e estruturas de todos os aviões, além da montagem de aerona­ves da linha agrícola.

Cargueiro militar, com peças produzidas em Botucatu,montado nos Estados Unidos

Além da produção de avia­ção comercial, outro ponto de interesse é a aviação militar, onde a Embraer tem como destaque o cargueiro KC-90, usado para trans­porte de materiais e apoio logístico em grandes ope­rações. O modelo recebeu autorização da ANAC para comercialização em territó­rio brasileiro. Cada unidade da aeronave é avaliada em U$ 85 milhões. As empre­sas irão criar outra joint venture para promoção e desenvolvimento de novos mercados e aplicações para produtos e serviços de de­fesa, em especial o avião multimissão KC-390, a par­tir de oportunidades identi­ficadas em conjunto. Repor­tagem divulgada pelo jornal Valor Econômico salienta que a intenção das duas em­presas é instalar uma linha adicional do modelo, em território norte-americano. Hoje, o modelo tem sua pro­dução na unidade de Gavião Peixoto, com peças fabrica­das em Botucatu.

Jornal Leia Notícias por Flávio Fogueral

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