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Centenas de pessoas invadiram a embaixada da Suécia em Bagdá, capital do Iraque, nas primeiras horas da manhã de quinta-feira (20), horário local. Segundo uma fonte familiarizada com o assunto e uma testemunha da Reuters, os manifestantes incendiaram o local.
O Ministério das Relações Anteriores da Suécia disse que todos os funcionários da embaixada estão bem.
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O protesto foi convocado por apoiadores do clérigo xiita Muqtada Sadr após o país europeu autorizar na quarta–feira (19) a queima do Alcorão, livro sagrado islâmico, em uma manifestação na Suécia.
Na última sexta-feira (14), a polícia sueca permitiu que manifestantes queimassem uma Bíblia e uma Torá. A autorização, por sua vez, foi uma resposta à queima de um Alcorão por um protestante no fim de junho.
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Uma série de vídeos postados pelo One Baghdad, um popular canal do Telegram que apoia Sadr, mostrou pessoas se reunindo em torno da embaixada por volta das 19h de quarta-feira (horário de Brasília) e invadindo o complexo da embaixada cerca de uma hora depois. Vídeos posteriores mostraram fumaça saindo de um prédio no complexo da embaixada.
A polícia iraquiana e a mídia estatal não reconheceram imediatamente o ataque. O Ministério das Relações Exteriores do Iraque emitiu um comunicado condenando o ataque.
“O governo iraquiano instruiu as autoridades de segurança competentes a conduzir uma investigação urgente e tomar as medidas de segurança necessárias para descobrir as circunstâncias do incidente e identificar os autores deste ato e responsabilizá-los de acordo com a lei”, disse o Ministério.
Protestos anteriores
No final do mês passado, Sadr convocou protestos contra a Suécia e a expulsão do embaixador sueco após a queima do Alcorão em Estocolmo por um iraquiano.
A polícia sueca acusou o homem de agitação contra um grupo étnico ou nacional. Em entrevista a um jornal, ele se descreveu como um refugiado iraquiano que busca proibir o Alcorão, o texto religioso central do Islã, considerado pelos muçulmanos como uma revelação de Deus.
Dois grandes protestos ocorreram fora da embaixada sueca em Bagdá após a queima do Alcorão, com manifestantes invadindo o terreno da embaixada em uma ocasião.
Os governos de vários países muçulmanos, incluindo Iraque, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Marrocos, protestaram contra o incidente, com o Iraque buscando a extradição do homem para ser julgado no país.
Os Estados Unidos também condenaram, mas acrescentaram que a emissão da licença pela Suécia apoiava a liberdade de expressão e não endossava a ação.
Fonte: Agências