02 de fevereiro, 2025

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Em uma Terra mais quente, ratos serão ‘reis’: aquecimento faz população de roedores ‘explodir’ em metrópoles

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Prepare-se. Além de enchentes, secas e incêndios cada vez mais intensos, o aquecimento da Terra trará outro perigo para as cidades ao redor do mundo — e ele tem patas e costuma sair de porões, buracos em muros, esgotos e bueiros. Sim, são os ratos. Segundo um novo estudo, o aumento das temperaturas globais, associado à queima dos poluentes combustíveis fósseis, está levando a um crescimento exponencial da população destes roedores nas cidades.

O estudo, publicado na revista científica Science Advances avaliou 16 grandes metrópoles, com desataque para Toronto (Canadá), Nova York, Washington DC e São Francisco (os EUA) e Amsterdã (Holanda). De acordo com os pesquisadores, 11 das 16 cidades apresentaram uma tendência crescente no número de ratos, e esse movimento deve continuar.

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Em algumas localidades, o aumento foi alarmante: em Washington (EUA), a população de ratos cresceu 390% na última década, enquanto em São Francisco o aumento foi de 300%. Em Toronto, um dos locais mais afetados, o cenário é descrito como uma “tempestade perfeita” de ratos, com os roedores cada vez mais invadindo espaços urbanos.

Em Toronto, por exemplo, o número de chamadas telefônicas para serviços de controle de pragas relacionadas a ratos subiu para 1.600 em 2023, quase o dobro de 2019. “Quando você anda pelas ruas de Toronto, sob seus pés e no sistema de esgoto, sempre há um lugar repleto de ratos”, comenta Alice Sinia, entomologista chefe da Orkin, maior empresa de controle de pragas do Canadá. Ela explica que a construção de novos prédios e recorrentes inundações têm forçado os ratos a saírem dos esgotos e invadirem áreas abertas, criando um problema cada vez maior.

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Os pesquisadores atribuem o “boom” populacional ao aquecimento global, que favorece a reprodução dos ratos. Com invernos mais amenos, os roedores conseguem se reproduzir por mais tempo ao longo do ano, acelerando a multiplicação desses animais.

O estudo revela que cidades que mais aqueceram são também as que apresentam os maiores aumentos na população de ratos, uma descoberta preocupante, especialmente após o ano mais quente já registrado, com temperaturas médias 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

Os ratos não apenas causam danos econômicos milionários, infiltrando-se em construções e danificando infraestruturas, mas também representam um risco para a saúde humana, transmitindo doenças como leptospirose, salmonela e hantavirose (uma zoonose viral aguda). Além disso, eles afetam a biodiversidade local, competindo com outras espécies urbanas por recursos e espaço.

Para os pesquisadores, as cidades precisam desenvolver estratégias de controle mais eficazes, como melhorar o gerenciamento de resíduos e tornar o ambiente urbano menos favorável para esses roedores. “Precisamos entender a batalha que estamos enfrentando”, afirma Jonathan Richardson, principal autor do estudo.

Embora os ratos urbanos sejam um problema crescente, Richardson destaca a curiosidade em torno desses animais, que conseguiram se adaptar tão bem à vida nas cidades. “Eu não gosto de ratos, mas é fascinante como eles conseguiram se espalhar pelo mundo e viver tão perto de nós com tanto sucesso”.

Fonte: Um Só Planeta

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