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O primeiro-ministro iraquiano, Haider Al-Abadi, foi a Mossul neste domingo (9) para agradecer às forças armadas pela vitória sobre os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI), anunciou seu gabinete em um comunicado.
No Twitter do primeiro-ministro foi publicada uma foto de Haider Al-Abadi, vestido em uniforme militar, chegando na segunda maior cidade do país e último grande reduto urbano que ainda era controlado pelos extremistas islâmicos.
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Os combates parecem ainda não ter terminado por completo. Disparos de artilharia e ataques aéreos ainda eram audíveis na cidade.
“Só restam um ou dois redutos de jihadistas”, disse Abadi. “A vitória é certa e os últimos jihadistas estão cercados. É uma questão de tempo para que possamos anunciar a grande vitória a nosso povo”, acrescentou.
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A reconquista de Mossul, cidade transformada pelo EI em seu principal reduto no Iraque, é a mais importante vitória das forças iraquianas desde que o grupo extremista sunita se apoderou em 2014 de vastos territórios no país e na vizinha Síria.
O avanço teve um grande custo em vidas, e forçou o êxodo de quase um milhão de pessoas.
Resistência tenaz
O grupo radical enfrenta ofensivas de uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos nos dois países e perdeu grande parte dos territórios que controlava desde então.
Nos últimos dias, alguns extremistas ainda presentes em Mossul foram cercados em uma área reduzida da Cidade Antiga, ao longo do rio Tigre.
Numa reunião no quartel-geral da Polícia Federal de Mossul, o primeiro ministro mandou “eliminar os últimos (jihadistas) derrotados, estabelecer a segurança e a estabilidade na cidade liberdade e limpar todas as minas e explosivos”.
Desde outubro, forças iraquianas tentam retomar a segunda cidade do país. Em janeiro, eles recuperaram o controle da zona leste da cidade e, em fevereiro, lançaram o ataque na zona oeste. Os combates se intensificaram à medida que o cerco se fechava sobre os extremistas na Cidade Antiga, área de ruas estreitas e densamente povoada.
Apoiada por uma campanha de bombardeios aéreos da coalizão, a ofensiva iraquiana reduziu grande parte da cidade a escombros.
Nos últimos dias, foram abatidos os últimos radicais e, neste domingo, o comando conjunto das operações no Iraque anunciou que “30 terroristas” haviam sido mortos quando tentavam escapar pelo rio Tigre.
A campanha militar provocou uma severa crise humanitária, marcada pela fuga de quase meio milhão de civis, segundo as Nações Unidas, dos quais 700.000 seguem deslocados.
No fim do mês passado, Abadi tinha publicado no Twitter: “Estamos assistindo à derrocada do falso Estado (Islâmico)”.
Apesar da vitória importante, a retomada de Mossul não marcará o fim da guerra contra o EI, que ainda controla várias zonas no Iraque, incluindo as cidades de Tal Afar (50 km a oeste de Mossul) e Hawija (cerca de 300 km ao norte de Bagdá) e zonas desérticas da província de Al-Anbar (oeste), bem como a região de Al-Qaïm, na fronteira com a Síria.
O grupo extremista ainda controla igualmente territórios no leste e no centro da Síria, apesar de ter perdido terreno desde 2015, e seu reduto de Raqa (norte) é cercado pelas forças apoiadas pelos Estados Unidos.
Condições ‘terríveis’
Os civis encurralados na cidade viveram ao longo dos últimos meses em condições “terríveis”, sofrendo com a falta de alimentos e água, os bombardeios e intensos combates, além de serem usados como “escudos humanos” pelos extremistas.
Neste domingo, um jornalista da AFP em Mossul viu um grupo de cerca de 60 mulheres e crianças, inconsoláveis e traumatizadas, que conseguiram deixar a Cidade Antiga.
Entre eles, estava Fatima, que via a luz do dia pela primeira vez depois de quatro meses num sótão, “quase sem comida e água”. Quando seu grupo deixava a cidade, seu irmão foi alvejado por um franco atirador jihadista, contou ela.
Mais à frente, uma mãe de família disse a um soldado que tinha perdido seu filho de 7 anos no momento em que fugia. “Não pude fazer nada”, gritava.
Mossul é carregada de simbolismo para o grupo, já que foi lá que seu líder, Abu Bakr al-Bagdadi, fez sua única aparição pública, em um vídeo publicado em julho de 2014.
Em junho deste ano, a Rússia disse acreditar que teria conseguido matar Al-Bagdadi em um ataque na Síria. O fato nunca foi confirmado.
A Comissão Europeia celebrou o fim da ocupação. “A recuperação de Mossul das mãos do EI marcam uma etapa decisiva da campanha pela tirar o controle terrorista de certas zonas do Iraque e para a libertação de sua população”, comentaram a reponsável pela diplomacia europeia Federica Mogherini e o comissário de ajuda humanitária Christos Stylianides, em comunicado em conjunto.
Eles homenagearam “a coragem do povo do Iraque, seu governo e suas forças armadas, bem como o sacrifício das vidas militares e civis feitos para alcançar a vitória”.
No comunicado, eles garantiram o apoio da UE ao Iraque em termos humanitários e de segurança para superar “os desafios de estabilização e reconciliação”.
Fonte: Yahoo!