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Nove pessoas morreram em acidentes com paraquedismo e balonismo, desde 2022, em Boituva (SP), principal destino brasileiro para a prática dessas modalidades no país.
O caso mais recente foi no sábado (2), quando o empresário Thomas Storino Britis, de 44 anos, se chocou com outro paraquedista, durante queda livre, e morreu no local. O outro atleta foi socorrido e levado para um hospital na capital paulista.
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Em junho, a psicóloga Juliana Alves Prado Pereira, de 27 anos, que estava grávida, morreu na queda de um balão com 33 passageiros, em Capela do Alto (SP), depois de ter decolado de Boituva. No acidente, 11 pessoas tiveram ferimentos leves.
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Paraquedismo
O paraquedismo em Boituva registra os acidentes mais graves, que resultam em mortes.
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Em 2024 e 2023, houve duas mortes em acidentes, uma em cada ano. 2022 foi o ano com mais casos, quando foram registradas quatro mortes.
O município conta com o Centro Nacional de Paraquedismo (CNP), área de 99 mil metros quadrados e com cerca de 20 escolas em funcionamento. São quase 20 mil lançamentos de paraquedistas por mês.
Confira a seguir os acidentes com mortes entre 2022 e 2024:
2024
- Mês: outubro.
- Vítima: Carolina Muñoz Kennedy.
- A chilena de 40 anos era paraquedista profissional e saltava desde 2013. Conforme apurado pela TV TEM, houve uma pane no paraquedas principal, e o reserva abriu com um problema chamado “twist”, que dificulta a sustentabilidade do voo.
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2023
- Mês: julho.
- Vítima: Rodrigo de Barros Aleixo de Souza.
- O paraquedista, que possuía 20 anos de experiência na área, teria descido em alta velocidade e atingido o solo de forma violenta, no CNP. Ele morreu após 11 dias internado.
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- Mês: outubro.
- Vítima: Humberto Siqueira Nogueira.
- O paraquedista de 49 anos colidiu fortemente com o solo durante a aproximação de pouso. A Polícia Civil informou que não houve falha no equipamento.
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2022
- Mês: abril.
- Vítima: Bruna Ploner.
- Sargento do Exército, a paraquedista de 33 anos sofreu politraumatismo após queda durante o pouso no Centro de Paraquedismo de Boituva . A atleta foi levada ao Hospital São Luiz, mas não resistiu aos ferimentos.
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- Mês: maio.
- Vítimas: André Luiz Warwar e Wilson José Romão Júnior.
- Pouso de emergência de um avião com 15 paraquedistas, além do piloto, em área rural de Boituva, terminou com a morte de André, 53, e Wilson, 38.
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- Mês: julho.
- Vítima: Andrius Jamaico Pantaleão.
- O paraquedista de 38 anos atingiu o telhado de uma casa e colidiu contra o solo em alta velocidade, depois que o equipamento não abriu totalmente.
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Balonismo
Um levantamento da Prefeitura de Boituva aponta que o acidente de balão que vitimou a psicóloga em junho deste ano foi o único registrado com a prática da modalidade desde 2023.
O acidente está sob investigação pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), conforme informou a prefeitura.
O órgão já recolheu o equipamento para análise pericial e emitirá relatório técnico. O piloto foi preso e indiciado por homicídio culposo agravado por operação irregular de atividade de risco e ausência de licença.
Até julho deste ano já foram constatadas irregularidades como:
- Empresa sem registro municipal válido operando sob outro CNPJ;
- Construção e operação do balão sem qualificação técnica;
- Operação de voo em condições climáticas desfavoráveis.
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Depois da queda do balão que resultou na morte da psicóloga, a prefeitura adotou uma série de normas para regulamentar o voo de balões em Boituva.
Uma delas é a obrigatoriedade de comunicação prévia dos voos. Empresas devem registrar o voo com, no mínimo, quatro horas de antecedência por meio de formulário online no site da prefeitura.
Também foi criado um portal público de consulta com lista oficial de empresas autorizadas, previsão meteorológica com sistema de bandeiras para autorização de voo, entre outras informações úteis.
Outras ações que o poder público municipal pretende tomar são definição de áreas específicas de decolagem e pouso seguras e autorizadas, e fiscalização contínua.
Conforme a prefeitura, irregularidades detectadas podem acarretar sanções administrativas e abertura de processos legais, além de comunicação a órgãos federais.
Fonte: G1