25 de maio, 2025

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Em Botucatu, Skaf vê necessidade de “enxugar” a máquina estatal

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Mais conhecido pela atuação na presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e demais entida­des vinculadas à indústria pau­lista, Paulo Skaf, aos 62 anos, se apresenta como pré-candidato a governador paulista pela ter­ceira vez. Dessa vez filiado ao MDB (Movimento Democrá­tico Brasileiro), antigo PMDB, confia na consolidação de seu nome na preferência do eleitor para levar o pleito ao segundo turno.

Para o ex-presidente da Fiesp e pré-candidato ao governo paulista, o atual sistema admi­nistrativo estadual está “incha­do” e ineficaz. Salientou como principais metas, a redução no número de secretarias existen­tes (sem dar um número exato), além de dinamizar os contratos de concessão a serem firmados pelos próximos anos com em­presas privadas.

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A pré-candidatura de Skaf, no entanto, tem sido alvo de especulações. Reunião recente do presidente da República, Mi­chel Temer (MDB), com a alta cúpula do PSDB paulista, pode apresentar novo cenário na disputa estadual. Isso porque o empresário está tecnicamen­te empatado nas intenções de votos com o ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato tucano, João Doria Júnior, conforme pesquisa divulgada em junho pela Rede Bandeirantes. Am­bos aparecem com 24% e 19%, respectivamente, com leve lide­rança do peessedebista.

Sobre possível desistência, o industrial é categórico em afir­mar que não existe tal hipótese. Descarta, ainda, coligações a partir de rateio e indicação de cargos em um potencial gover­no do emedebista. “Se tiver que ceder, negociar ou fazer alguma troca, encaro a campanha sozi­nho”, ressalta Skaf.

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Licenciado do “Sistema S” no Estado, que engloba Senai, Sesi e Sebrae-SP, além do Cen­tro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o pré-candi­dato ressaltou a agenda de in­vestimentos das entidades representativas da indústria em Botucatu. Em maio, esteve na inauguração da ampliação da “Escola Luiz Massa”, do Senai, estimados em R$ 31,4 milhões.

Skaf esteve em Botucatu na última semana, onde recebeu o título de Cidadão Botucatuen­se. O ato, realizado na Câmara Municipal, reuniu empresários e políticos da região.

No local, atendeu aos poucos veículos de imprensa presentes na coletiva concedida antes de uma reunião fechada com cor­religionários do MDB.

Confira os principais trechos da entrevista coletiva:

Leia Notícias – Você entra nesta pré-campanha em um momen­to conturbado pelo qual o país atravessa, tanto nas esferas econômica, quanto política e social. São inúmeras incertezas nos cenários apresentados e que também chegam a São Paulo. De que forma esse quadro afeta a pré-campanha ao governo es­tadual?

Paulo Skaf – Na economia, ver­dadeiramente, passamos por anos difíceis, com crescimentos negativos entre 2015 e 2016, com retração estimada em 3%, mais de 14 milhões de de­sempregados. No ano passado houve pequena melhora, com crescimento de 1,1%. Se espe­rava que pudéssemos crescer 3% em 2018 e, aí entram as incertezas, principalmente as políticas e quanto às eleições presidenciais. Outro fator foi a greve dos caminhoneiros, que deu uma freada neste ritmo em um país que retomaria o crescimento. Isso significa de­morar mais para a recuperação do emprego e geração de ri­queza. A notícia é boa em tudo isso, pois as eleições renovam as esperanças e sinto-me feliz em participar desse momento que considero histórico para o país. Depois de tantas dificul­dades que o Brasil passou na economia, na política, com to­das essas crises, chega um ano de eleição e podemos mudar muito.

LN – Nesta pré-candidatura ao governo paulista, quais os parti­dos que o acompanham ou “pei­ta” a disputa com chapa única?

PS – Se tiver que ceder, negociar ou fazer alguma troca, encaro a campanha sozinho. Em todas as reuniões disse que não há “troca troca” comigo. Não cedo secretarias ou cargos. Quero escrever uma nova História na administração paulista. O objetivo é fazer um trabalho de resultados para o Estado, com melhorias na escola públi­ca, que lamentavelmente não é boa; uma nova postura para a Segurança Pública, além de pontos cruciais como a Saúde e a própria Infraestrutura. Gos­taria muito de poder terminar meu compromisso hoje aqui (o recebimento do título de cida­dão botucatuense) e voltar de trem para São Paulo. Mas, cadê o trem? Não temos uma ligação ferroviária eficaz entre esta re­gião com Sorocaba, Campinas, Vale do Paraíba, Santos, São José dos Campos. Há muito a ser feito em São Paulo e, para isso, precisa ter equipe boa, sé­ria e competente.

LN – Paulo, você vem de sucessi­vas campanhas. Em 2010, ainda pelo PSB, obteve um milhão de votos e, quatro anos depois, su­biu para cinco milhões. Despon­ta como um dos principais pré­-candidatos ao governo. Agora, chega como um dos principais players deste cenário, podendo levar a eleição ao Palácio dos Bandeirantes ao segundo turno. Isso muda o patamar de falar com o eleitor em um campanha que será mais curta?

PS – Tudo em nossa vida é uma construção. Iniciei minha car­reira política em 2010 e nunca tive padrinhos políticos. Quan­do comecei tinha quarenta segundos de televisão e iniciei a jornada. Não sou um aventu­reiro, quero ajudar São Paulo a promover grandes mudanças, com a experiência da Fiesp e Ciesp na economia, do Sesi na Educação, do empreendedo­rismo para a geração de em­pregos. Por exemplo, temos grandes gargalos na Segurança Pública, com a Polícia Civil de­fasada e mal estruturada, com delegacias em situação de ver­gonha.

As polícias têm que ser integradas e bem preparadas. Na Saúde tem que se pegar to­dos os agentes envolvidos na gestão e fazer isso funcionar de maneira eficaz para que atenda bem a população. Vejo que o eleitor tem amadurecido a vi­são de querer uma nova Histó­ria para o Estado.

LN – Um dos grandes gargalos, no Brasil, é quanto à infraestru­tura viária e de logística. Em São Paulo, com a maior malha viária do país, a situação não é diferen­te, tendo a gestão e manutenção sendo entregues à iniciativa pri­vada. Foi citada, anteriormente, a questão da greve dos caminho­neiros e a própria venda da rede ferroviária e a falta de investi­mentos. Uma das grandes recla­mações é quanto ao número de pedágios existentes no Estado, o que encarece frete ou mesmo viagens. Sendo pré-candidato a governador, como avalia este sistema e pensa em mudanças neste aspecto?

PS – Primeiro, concessão a meu ver, e será assim se for eleito, é aquela que oferece o menor preço de tarifa. Nunca uma concessão onerosa, onde o que der o maior valor ao governo vence o processo licitatório e depois o usuário “paga o pato”. Foi assim que funcionou nos governos do PSDB quanto às rodovias estaduais e por isso que os pedágios são verdadeira fortuna. Na outra modalidade, se cria as mesmas condições de investimentos e manutenção, mas quem vence é a empresa ou consórcio que apresentar a me­nor tarifa de pedágio. É assim que enxergo ser o método mais justo ao contribuinte. Não rom­perei contrato algum e eles se­rão mantidos até o final. O que não farei são novas concessões ou renovação, sem ter a moda­lidade de menor preço. Muitas vezes ouço que o governo quer fazer uma obra a mais e pror­rogar o contrato de concessão. Isso é um erro, pois esses acor­dos são ruins para a população paulista. É bom apenas para as empresas concessionárias, que têm em seus resultados lucros altíssimos devido a essas tarifas

cobradas dos motoristas. Esti­ma-se que, se um dos contratos fosse encerrado neste momen­to e aplicado a modalidade de menor preço, as tarifas seriam até menores das aplicadas atu­almente.

LN – O orçamento paulista, até como reflexo da crise, decresceu em 2015 e 2016, tendo apenas um superávit no ano passado, quando a Assembleia Legisla­tiva aprovou o montante de R$ 206,02 bilhões. Diante deste aspecto, como tornar o Estado mais viável e “enxuto”?

PS – Não se precisa de 25 secre­tarias para se administrar São Paulo. Tem como racionalizar os recursos para se obter mais eficiência. Certamente há mui­to desperdício com as verbas estatais. Quero aumentar a arrecadação, sem aumentar im­postos. Veja bem, em momento algum cogita-se o aumento de impostos. E, claro, investir no desenvolvimento do Estado em diversas áreas, como: habita­ção, infraestrutura, etc. A cada ponto percentual que São Paulo cresce, a arrecadação aumenta em 1,5%. E toda essa riqueza é redistribuída para as áreas prioritárias. Tirando a amorti­zação de juros da dívida pau­lista, se consegue mais de R$ 10 bilhões em investimentos. É pouco para o Estado fazer tudo, mas há outros mecanismos de investimentos, como as Parce­rias Público-Privadas (PPPs).

LN – Qual o número ideal de se­cretarias?

PS – Se falar o número ideal, as perguntas seguintes certa­mente seriam para quais pastas que correm o risco de extinção. Isso começaria grande conflito de interesses antes mesmo da hora. Mas algo que certamente é fato: vinte e cinco secretarias é um número exagerado. Tendo esta racionalização, a eficiência pode chegar a ser maior que a própria economia gerada. Imagine ser governador e ter vinte e cinco secretários. Isso cria uma agenda complexa e propícia a “negociatas” das coli­gações. É necessário ter no go­verno gente séria e qualificada.

Fonte: Jornal Leia Notícias por Flávio Fogueral

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