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A hora do banho para os elefantes é sagrada. E, no Zoológico de Berlim, na Alemanha, uma elefanta asiática chamada Mary levou isso a outro nível: ela aprendeu a usar uma mangueira para se enxaguar.
Embora uma ferramenta como uma mangueira seja absolutamente simples para os humanos, para um animal é “muito complexa”, de acordo com Lena Kaufmann, estudante de doutorado na Universidade Humboldt. Contudo, ela acrescentou que um elefante pode ter “uma compreensão um tanto intuitiva” para este item, porque ele é semelhante à sua tromba.
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Kaufmann notou as habilidades de Mary enquanto observava os tratadores do zoológico fazendo suas rondas matinais, usando uma mangueira para enxaguar cada elefante. No caso da fêmea em questão, ela mesma usava o acessório.
“Ela começou a tomar banho sozinha. Ela realmente limpou para todas as partes do corpo”, disse a doutoranda ao The New York Times, acrescentando que seus cuidadores não lhe ensinaram esse comportamento.
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Mas a elefante não apenas aprendeu a usar a mangueira, como também empregou diferentes técnicas. Por exemplo, para molhar a lateral do seu corpo, agarrou a ferramenta perto da ponta, usando-a como um chuveiro portátil que direcionava água para diferentes partes do corpo.
Ela também coordenou os movimentos da mangueira e do corpo, balançando uma perna traseira para frente enquanto mirava a mangueira. Para enxaguar as costas, segurou a mangueira mais longe da ponta e a balançou, como um laço, atrás da cabeça.
A reportagem do NYT destaca que Mary ainda altera seu comportamento de banho dependendo de qual mangueira estava à sua disposição. Quando a mangueira era mais fina e maleável, tomava banho quase exclusivamente com ela. Mas, quando era mais grossa e rígida, portanto, mais difícil de manipular, preferia usar a sua tromba.
Sabotagem na hora do banho
As habilidades de Mary no banho não foram a única descoberta feita por Lena e outros pesquisadores da Universidade Humboldt. Em um determinado dia, enquanto a elefanta tomava seu banho, outra elefanta chamada Anchali agarrou o meio da mangueira e formou uma dobra, interrompendo o fluxo de água.
Com o tempo, o animal ainda aperfeiçoou a técnica e bloqueou a água por períodos de tempo cada vez mais longos. A fêmea jovem começou a agir dessa forma após enfrentar um comportamento agressivo por parte de Mary.
Inicialmente, os cientistas acharam que ela estava fazendo isso por vingança. Eles, então, testaram a hipótese dando a Anchali acesso a duas mangueiras, teorizando que ela poderia preferir dobrar a mangueira que Mary estava usando, em vez de selecionar mangueiras aleatoriamente. Mas o que se observou foi que ela tendia a prender qualquer mangueira que estivesse mais perto.
Após vários testes, a equipe envolvida não chegou a uma conclusão definitiva. Para Michael Brecht, neurocientista da Universidade Humboldt, a vingança ou sabotagem é a melhor resposta. Mas, para Kaufmann, pode ser simplesmente uma exploração lúdica ou uma tentativa de chamar atenção. De toda forma, ela complementou, a ideia de interferência deliberada vale uma investigação mais aprofundada.
Fonte: Um Só Planeta