04 de março, 2025

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E se o asteroide Bennu colidir com a Terra em 2182? Cientistas simulam o estrago

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Já faz muito tempo que a Terra não é atingida por um grande asteroide, mas isso não significa que estamos livres. O espaço está repleto de rochas, e muitas delas estão se movimentando rapidamente em trajetórias que podem levá-las a uma colisão violenta com o nosso planeta.

Uma delas é o asteroide Bennu, uma antiga relíquia dos primórdios do nosso sistema solar com 525 metros de tamanho e com mais chance de atingir a Terra. Segundo previsões de especialistas, ele tem uma chance de 1 em 2.700 de colidir com o nosso planeta em 2182.

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Embora pareça uma possibilidade remota, de 0,04%, cientistas da Coreia do Sul decidiram simular o que aconteceria se essa colisão ocorresse, especialmente considerando que o último grande impacto de um asteroide há 66 milhões de anos, conhecido como Chicxulub, resultou na extinção dos dinossauros.

Para entender os efeitos de futuros impactos, Dai e Timmerman usaram o supercomputador Aleph, do IBS Center for Climate Physics (ICCP), para simular a colisão do asteroide de 525 metros com a Terra, incluindo simulações de ecossistemas terrestres e marinhos que foram omitidos em projeções anteriores.

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Resultados devastadores

Os resultados mostram que não seria o estrondo da colisão que devastaria a Terra, mas o que viria depois. Esse impacto liberaria de 100 a 400 milhões de toneladas de poeira na atmosfera do planeta, segundo os pesquisadores, perturbando a química da atmosfera, escurecendo o Sol o suficiente para interferir na fotossíntese e atingindo o clima como uma bola de demolição.

“Nossas simulações mostram que a diminuição da luz solar poderia provocar um resfriamento global de até 4°C, acompanhado de uma queda de 15% nas chuvas e uma redução drástica de 32% na camada de ozônio”, escrevem Lan Dai e Axel Timmerman, da Universidade Nacional de Pusan, na Coreia do Sul, em estudo publicado na revista Science Advances.

O estudo indica ainda que o impacto abrupto do inverno proporcionaria condições climáticas desfavoráveis para o crescimento das plantas, levando a uma redução inicial de 20% a 30% da fotossíntese nos ecossistemas terrestres e marinhos. Isso, de acordo com os cientistas, provavelmente causaria grandes interrupções na segurança alimentar global.

Mas nem tudo seria uma catástrofe. Enquanto as plantas terrestres são sensíveis a essas mudanças e levam algum tempo para se recuperar, a poeira rica em ferro liberada pelo impacto poderia estimular o crescimento de algas nos oceanos. A simulação revela que elas não só se recuperariam em poucos meses, como também cresceriam em volumes impensáveis nas condições climáticas normais atuais.

“Em média, asteroides de tamanho médio colidem com a Terra a cada 100 a 200 mil anos”, diz Timmermann. “Isso significa que nossos primeiros ancestrais humanos podem ter passado por alguns desses eventos de mudança do planeta antes, com possíveis impactos na evolução humana e até mesmo em nossa própria composição genética.”

Fonte: Um Só Planeta

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