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O corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou, na tarde desta sexta-feira, que cerca de 200 pessoas estão desaparecidas, em decorrência do rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, da Vale, em Brumadinho (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, que seguirá para Brumadinho, no momento do acidente havia muitos funcionários da empresa na barragem.
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– A região é de acesso muito difícil e uma região muito afastada. Tinham muitos funcionários da Vale no momento. Infelizmente, deve ter muitas vítimas.
As barragens do Feijão e da Jangada, que integram o Complexo de Paraopeba, tinham ao menos 700 funcionários, segundo informou a Vale em um texto publicado em seu site em fevereiro do ano passado.
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Segundo o Corpo de Bombeiros, o comando de operações foi montado no Centro Social do Córrego do Feijão, nas proximidades do campo de futebol e da igreja católica do município. O campo foi utilizado como área de avaliação e triagem de vítimas para atendimento médico.A operação conta com 51 bombeiros militares e seis aeronaves.
A lama de rejeitos atingiu o Rio Paraopeba, segundo o secretário do Meio Ambiente de Betim, Ednard Barbosa Almeida. As informações foram repassadas ao município por uma equipe da Guarda Municipal da cidade.
Em Mário Campos, cidade vizinha a Brumadinho, a família de um técnico de mineração aguarda notícias do profissional, que está desaparecido desde o rompimento da barragem. Bruno Rocha Rodrigues, de 27 anos, era estagiário e trabalhava na mina há dois anos. A mãe dele conta que trabalhar na área era um sonho para ele.
— Meu marido foi para lá assim que soubermos do acidente. Não tivemos nenhuma informação concreta até agora — diz Andreza Rodrigues, acresncentando que o escritório administrativo em que o filho trabalhava era um dos primeiros prédios abaixo da estrutura de contenção.
Na região do acidente, familiares e amigos de trabalhadores da Vale procuram informações sobre os desaparecidos. Circula entre eles uma lista extraoficial de sobreviventes, elaborada pelos próprios funcionários. O barbeiro Pablo Fernandes, de 26 anos, fez uma consulta e não encontrou os nomes de oitos amigos que estavam na mina durante o ocorrido. Assustado, ele ainda não perdeu a esperança.
— Nenhum deles me disse que sentia medo por causa da barreira. Espero que todos estejam bem, mas acho que a tragédia é muito pior do que imaginamos — disse o profissional.
Representantes de movimentos ambientalistas na região de Brumadinho (MG) afirmam que desde 2011 vinham relatando as autoridades a possibilidade de riscos de rompimento da barragem I da Mina do Feijão.
Feridos são levados para hospital em BH
O Hospital João XXIII, em Belo Horizonte acionou o plano de emergência para atendimento de vítimas em situação de catástrofe após o rompimento de uma barragem de rejeitos da Vale nesta sexta-feira em Brumadinho, na Região Metrolitana da capital mineira.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), até o início da noite desta sexta-feira, cinco vítimas deram entrada no João XXIII. Deles, duas mulheres—uma de 15 e outra de 22 anos— foram levadas até a unidade de helicóptero, por volta das 15h. O estado de saúde delas, conforme a pasta, é considerado estável.
Mais tarde, outras duas pessoas deram entrada no hospital — um homem e uma mulher. Eles chegaram de ambulância ao local. No início da noite, a pasta informou que outra vítima do sexo masculino, também de 55 anos, recebeu atendimento. Os estados de saúde deles, a princípio, são estáveis.
O plano de emergência para catástrofe da unidade significa que praticamente toda a atividade de emergência do hospital ficará voltada para o atendimento às vítimas do rompimento. Com isso, a sala de trauma deverá ter seus leitos disponíveis para elas. Os pacientes estáveis que estiverem no local serão transferidos para outros espaços.
Fonte: Extra